Representação dos bancários cobra do Mercantil do Brasil adequação do plano que trata da Covid-19 para garantir direitos dos trabalhadores

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Foi realizada, nesta quinta-feira, 24 de julho, uma reunião entre o Sindicato dos Bancários de BH e Região, a Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetrafi-MG/CUT) e o Mercantil do Brasil. Durante a reunião, foi debatido o acordo coletivo de trabalho que trata da Covid-19, proposto pelo banco para disciplinar os planos emergenciais, visando a proteção do emprego, bem como a sustentabilidade das atividades econômicas da empresa.

A representação dos trabalhadores questionou diversos aspectos negativos do acordo para os funcionários, como banco de horas negativo sem nenhum tipo de deságio, redução da jornada de trabalho e da remuneração dos trabalhadores, a suspensão temporária de contrato de trabalho e autonomia da empresa para a implementação em todas as áreas do banco.

A representação dos bancários esclareceu que entende a excepcionalidade do momento e reafirmou a necessidade primordial de manutenção dos empregos de todos os trabalhadores do banco no período de pandemia, mas que o acordo tem que ser adequado para atender aos interesses dos bancários.

Neste sentido, exigiu o abono de todas as horas extras negativas até 30 de junho deste ano, a estipulação da data de 31 de maio de 2021 para compensação efetiva das horas extras negativas e deságio de 30% nas horas negativas devidas a partir do dia 1º de julho de 2020.

Além disso, cobrou do Mercantil que as horas trabalhadas aos sábados, domingos e feriados e as horas noturnas não sejam computadas no banco de horas e sim pagas como horas extras. Exigiu também que a validade do banco de horas vá até 31 de maio de 2021 e que, após essa data, seja feito o pagamento de todas as horas extras existentes de acordo com a CCT Fenaban.

Os representantes dos bancários exigiram ainda do Mercantil a redução de apenas 25% do salário e que o banco complete a renda líquida até o valor do salário líquido para não haver prejuízo para os bancários, além de não realizar acordo de 50%, 70% ou suspensão contratual.

Foi também cobrada a ampliação da comunicação aos trabalhadores para mudança do prazo do §1º da cláusula 2ª, de 48 para 5 dias, a ampliação do tempo de garantia de emprego em três vezes em relação ao previsto na Lei 14.020/2020, além do compromisso, por parte do banco, de não aplicar a Lei 14.020/2020 sem negociação prévia com o Sindicato e com a Fetrafi-MG/CUT.

Para Marco Aurélio Alves, diretor do Sindicato e coordenador nacional da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Mercantil do Brasil, infelizmente muitos pontos nocivos do acordo do banco poderiam ser impostos aos trabalhadores por meio de acordos individuais ameaçadores e sem a participação dos sindicatos. “Mas a força e a organização da categoria bancária impuseram essa condição de participação nas negociações e condições de lutarmos para a construção de um acordo que seja seguro e benéfico para todos os funcionários”, afirmou.

Marco Aurélio ressaltou que o acordo tem que ser benéfico para os trabalhadores, já que o Mercantil tem plenas condições de manter os benefícios básicos dos trabalhadores, mesmo diante do cenário adverso de pandemia. “A presença do movimento sindical e a mobilização da categoria bancária foram fundamentais para intervenções que possam garantir os direitos dos trabalhadores neste momento de enfrentamento à pandemia do Covid-19, garantindo também a manutenção do emprego”, destacou.

Já Magaly Fagundes, presidenta da Fetrafi-MG/CUT, enfatizou a importância da participação de todos trabalhadores nesse debate, frente aos novos desafios impostos pela pandemia da Covid-19. “O movimento sindical continua firme no seu propósito de manter as condições mais favoráveis aos trabalhadores nesse momento conturbado que estamos passando. Só aceitaremos acordo com a contrapartida do banco em garantir o pagamento integral dos salários líquidos dos funcionários, a estabilidade nos empregos e a dignidade desses trabalhadores” destacou.

Os representantes do Mercantil levaram as sugestões apresentadas na reunião para serem analisada junto à direção do banco. Uma nova reunião sobre o tema foi agendada para a segunda-feira, dia 27 de julho, às 14 horas.

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT