Por melhores condições de trabalho e contra a privatização, bancários da Caixa aprovam greve de 24h na terça (27)

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Os empregados da Caixa aprovaram em assembleia remota realizada pelo Sindicato nesta quinta-feira (22) decretação de estado de greve e participação na paralisação nacional de 24 horas convocada para a próxima terça-feira (27) contra o descaso do banco e pela defesa dos direitos dos empregados, que vêm sendo sistematicamente desrespeitados nesse período de pandemia.

Do total de participantes da votação virtual, que teve início às 8h e terminou às 20h, 80,56% disseram ‘sim’ à participação na greve. Votos ‘não’ somaram 15,17%, e abstenções foram 4,27%.

Entre uma série de fatores, a mobilização é motivada principalmente pela forma acintosa com que a direção do banco tem tratado os empregados, que são linha de frente no atendimento à população nesta que é a maior crise sanitária, social e econômica das últimas décadas: os bancários cobram melhores condições de trabalho e a PLR Social.

Mas o movimento é também contra as tentativas de privatização do banco – o governo federal pretende abrir o capital de uma das operações mais rentáveis da instituição, a Caixa Seguridade, no dia 29 de abril, e pressiona a Caixa pela devolução dos Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCDs), que são contratos feitos junto ao Tesouro Nacional que capitalizam o banco e permitem a ampliação da oferta de crédito, a diminuição da taxa de juros e o aumento da sua capacidade em investimentos na habitação, saneamento e infraestrutura, por exemplo.

“Agora é o momento em que a categoria faz sentir seu descontentamento”, alerta o diretor do Sindicato Antonio Abdan. “Diversas ações já foram feitas pelas entidades sindicais junto à empresa, através dos representantes dos empregados, através da interlocução junto a parlamentares e até nos órgãos competentes, como é o caso da CVM. Agora é a vez dos empregados se manifestarem parando suas atividades por uma Caixa 100% pública, pelo reconhecimento de que os bancários são linha de frente no atendimento à população – e por isso precisam ser priorizados no Programa Nacional de Imunização – e pelo cumprimento do ACT, no que se refere à PLR Social”, acrescenta o dirigente sindical.

Renato Alves
Do Seeb Brasília