Pela primeira vez, Brasil entra em “zona vermelha” de ranking mundial de liberdade de imprensa

Relatório diz que governo Bolsonaro tornou o trabalho da imprensa muito mais difícil e destaca ataques a jornalistas

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Pela primeira vez em 20 anos, o Brasil caiu para a “zona vermelha” no Ranking Mundial de Liberdade de Imprensa da organização Repórteres sem Fronteiras, divulgado nesta terça-feira (20). Ao lado de Bolívia, Nicarágua, Rússia, Filipinas, Índia e Turquia, o país está classificado como uma nação onde a situação para o trabalho da imprensa é considerada difícil.

Segundo informações de Patrícia Campos Mello, na Folha de S.Paulo, o Brasil antes estava na zona laranja, onde a situação da imprensa é considerada sensível. Em relação ao ano passado, o país registrou uma queda de quatro posições no ranking, passando da 107ª colocação para a 111ª.

Desde o governo de Michel Temer (MDB) até a gestão de Jair Bolsonaro, o país só registrou quedas no ranking de liberdade de imprensa. Trata-se do quarto ano consecutivo de queda do país, que em 2018 estava na 102ª posição.

O relatório chega a citar que o governo Bolsonaro tornou o trabalho da imprensa muito mais difícil, destacando os ataques diários a jornalistas.

“O presidente Bolsonaro, seus filhos que ocupam cargos eletivos e vários aliados dentro do governo insultam e difamam jornalistas e meios de comunicação quase que diariamente, escancarando o desapreço pelo trabalho jornalístico”, afirma o relatório.

Além da pouca liberdade de imprensa, a organização Repórteres sem Fronteiras aponta ainda que o Brasil é o segundo país da América Latina com o maior número de profissionais mortos na última década, atrás apenas do México. Além disso, o relatório diz que a mídia brasileira é muito concentrada, o que prejudica o pluralismo no país.

Fonte: Revista Fórum