O que está por trás da declaração de Salim Mattar sobre a Cassi

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Defensor convicto da privatização de tudo que for possível, o secretário especial de Desestatização do governo Bolsonaro, Salim Mattar, sem pudor, atacou a Cassi. Em postagem no Twitter, o membro do governo e amigo declarado do também privatista Paulo Guedes disse que “os planos das estatais, de tantos privilégios, acabam apresentando rombos que o cidadão comum acaba pagando”. 

A fala fez referência a uma matéria que abordava o processo de recuperação financeira da Cassi e demonstra o claro interesse do governo de liquidar a Caixa de Assistência dos Funcionários do BB. O anseio de Mattar pode se tornar realidade caso a proposta apresentada pela direção do plano, que está em votação, não seja aprovada. 

“Na realidade, ele usou do substantivo ‘privilégios’, que o governo Bolsonaro equivocadamente emprega para tentar legitimar suas reformas antipovo, para tentar colocar em xeque a garantia de um direito que viabiliza o serviço de saúde para 670 mil vidas. Associado a isso, ele propositalmente mente ao dizer que o cidadão vai acabar pagando pelo desequilíbrio fiscal da Cassi. O caixa da operadora é composto pela contribuição do banco e dos associados. Seria no mínimo leviano dizer que o cidadão desembolsaria qualquer valor para custear a Cassi”, afirma o presidente do Sindicato, Kleytton Morais.

Para o dirigente sindical, a publicação de Salim vai mais além, e pode mirar na tentativa de venda da Cassi. “O negócio de Salim é a privatização, e não há constrangimento em falar disso. Corremos um grande risco diante desse governo usar a ANS pra vender ou liquidar a Cassi caso não aprovemos a proposta. Quando o assunto são direitos da classe trabalhadora ou categorias específicas, a ordem do governo é liquidar”, alerta Kleytton.

Neste sentido, o presidente do Sindicato reforça que é essencial aprovar o programa de recuperação do convênio. Para isso, é necessário que o corpo social da Cassi vote favorável à proposta que está em votação até 28 de novembro. 

A proposta mantém os atuais percentuais de contribuição dos funcionários (4% do salário) e do BB (4,5%) e introduz a cobrança de mais 1% para quem tem um dependente, 0,5% para o segundo; 0,25% a partir do terceiro, limitando a contribuição total do funcionário a 7,5% do seu salário.

É importante lembrar que nos planos de saúde privados, o reajuste anual tem por objetivo repor a inflação do período. Entretanto, o valor aplicado tem sido geralmente maior do que esse referencial. Neste ano, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autorizou aumento de até 7,35% na mensalidade dos planos individuais ou familiares. Com isso, o reajuste fica acima da inflação pelo 16º ano seguido. No ano passado, o valor de reajuste autorizado pelo governo foi de 10%.

Da Redação