No DF, bancários escancaram luta contra assédios e em defesa da saúde mental

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O Dia Nacional de Luta contra os assédios, nesta terça-feira (5), começou pela manhã com protesto no prédio administrativo do BRB na Asa Norte e terminou em frente ao Matriz I da Caixa, na Asa Sul. Durante o dia, dirigentes do Sindicato reforçaram a importância da denúncia para dar fim aos assédios moral e sexual no ambiente de trabalho. A mobilização foi convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Depois das denúncias contra o alto escalão da Caixa por assédio moral e sexual, na última semana, o Sindicato reforçou a assistência jurídica e psicológica que oferece às vítimas. A cada novo departamento que percorreu, a comitiva do Sindicato apontou a saúde física e mental como um dos principais motivadores para registrar as denúncias, além, é claro, de melhorar a qualidade do ambiente de trabalho.

Kleytton Morais, presidente do Sindicato, faz intervenção no protesto realizado na sede da Caixa

Solidário às colegas denunciantes, o presidente do Sindicato destacou a coragem e o senso coletivo das mulheres, incitando toda a categoria a ir à luta. “É impossível não parabenizar a ousadia dessas colegas, que tornaram pública uma situação em defesa própria, mas também das demais. A partir da ação delas, todos os malfeitos desta ex-direção misógina e machista virão à tona”, pontua Kleytton Morais.

Elis Regina, secretária de Mulheres da Fetec-CUT, fala durante ato no Matriz 1 da Caixa, nesta terça-feira

“Assédio, seja ele qual for, também se combate com denúncia. A gente quer que todo mundo viva, e viva bem, para fazer uso do que nosso trabalho nos proporciona. E como o assédio adoece tanto o trabalhador quanto a instituição, precisa ser combatido por todos”, dispara o diretor do Sindicato e bancário do BRB Daniel de Oliveira.

Diretor do Sindicato e funcionário do BRB, Ivan Amarante fala no Dia Nacional de Luta contra o assédio moral e sexual

Durante a atividade no prédio do banco regional, alguns bancários já reportaram situações de assédio. Diretor do Sindicato, Ronaldo Lustosa afirma que “a cultura do assédio pode ser vencida, com coragem e ação. Só hoje, recebemos mais denúncias e já acionamos o acompanhamento com o jurídico. Colegas, não sofram sozinhos”.

“O assédio está tomando conta dos bancos públicos por causa do governo Bolsonaro, já que essas instituições são o espelho de quem indica a direção: um governo preconceituoso, racista, machista e homofóbico. Infelizmente a situação não é diferente no Banco do Brasil ou em toda a Esplanada dos Ministérios, onde o assédio dos nomeados por este governo é constantemente denunciado”, alerta o secretário de Relações do Trabalho da Contraf-CUT, Jefão Meira, no ato em frente à Caixa.

Campanha 2022 pauta assédios

A luta contra os assédios nos bancos não está sendo feita só nos locais de trabalho. Durante a construção da pauta de reivindicações para a Campanha Nacional dos Bancários 2022, os trabalhadores já destacaram essa luta como imprescindível. Entre as propostas dos bancários e bancárias deste ano, está o fim dos assédios nos bancos.

No prédio administrativo do BRB da 201 Norte, a diretora do Sindicato Samantha Souza, que é bancária do BRB, fala da importância do combate ao assédio moral nas instituições financeiras

Na rodada de negociação agendada com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para esta quarta (6), os representantes dos trabalhadores vão debater as propostas de Igualdade de Oportunidades. O tema do encontro foi antecipado depois do escândalo sexual envolvendo o agora ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães.

Secretário-geral do Sindicato, Antonio Abdan fala sobre a Campanha Nacional 2022 e chama os bancários à luta

Sindicato contra os assédios

Na última semana, o Sindicato abriu um canal de atendimento jurídico exclusivo para mulheres bancárias que foram assediadas na Caixa. Tendo como prioridade garantir a segurança e o acolhimento necessários às bancárias vítimas desse tipo de violência, os atendimentos pelo canal exclusivo serão realizados apenas por advogadas. Para acessar o serviço, basta ligar para o escritório que assessora o Sindicato pelo telefone (61) 3366-8100.

Além do canal exclusivo, existem outras formas de denunciar casos de assédio ou discriminação. Para isso, basta acionar a Central de Atendimento do Sindicato por telefone (9 9965.6882 e 9 9656.3824) ou por e-mail (centraldeatendimento@bancariosdf.com.br). A identidade das denunciantes será mantida no mais absoluto sigilo.

Em cartilha publicada em maio, o Sindicato destacou que assédio sexual é “todo comportamento indesejado de caráter sexual, sob forma verbal, não verbal ou física, com o objetivo ou efeito de perturbar ou constranger a pessoa, afetar a sua dignidade, ou de lhe criar um ambiente intimidativo, hostil, degradante, humilhante ou desestabilizador”.

Elaborado em parceria com a LBS, o documento lista uma série de situações comuns de assédio e reforça que não é necessário contato físico para que fique configurado o assédio sexual. Dados comprovam que a maior parte dos assédios sexuais noticiados são cometidos por homens contra mulheres, mas é possível que ocorra o contrário ou entre pessoas do mesmo gênero.

Confira galeria de fotos do Dia Nacional de Luta contra os assédios moral e sexual:

Joanna Alves
Do Seeb Brasília