Moção de repúdio ao despejo das famílias da ocupação CCBB

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FOTO: REPRODUÇÃO

Seguindo deliberação da assembleia geral extraordinária dos trabalhadores de bancos públicos e privados, realizada em 5 de abril, para a eleição de delegados ao 11º Congresso da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), o Sindicato dos Bancários de Brasília manifesta veemente repúdio ao violento e desumano despejo de famílias da ocupação CCBB, promovido na madrugada de 5 de abril por equipes do DF Legal, a mando do governador Ibaneis Rocha.

A representação dos bancários e bancárias presta também solidariedade e total apoio às famílias e às lideranças que lutam pelo direito à cidade, atingidas pelo brutal ataque.

Foi o terceiro despejo realizado durante a pandemia pelo governo do Distrito Federal, no terreno ao lado do Centro Cultural Banco do Brasil. As 34 famílias da ocupação acordaram com seus barracos sendo destruídos e elas sofrendo agressões.

No despejo ocorrido em junho de 2020, o GDF já havia manifestado toda a sua truculência destruindo barracos, ameaçando pessoas e confiscando materiais, inclusive cestas básicas. O DF Legal ateou fogo no cerrado em volta do acampamento para queimar alimentos, itens pessoais e documentos que as famílias haviam escondido no mato.

Com a área cercada por montes de terra, entulhos e pilares de concreto, as famílias se deslocaram para o local onde se encontravam até 5 de abril, quando foram novamente atacadas e colocadas no abandono, sujeitas ao altíssimo risco dessa fase aguda da pandemia do coronavírus.

Neste mais recente despejo, militantes do movimento social e moradores do acampamento foram violentamente agredidos. No dia 25 de março, já havia ocorrido, inclusive, a prisão do militante Thiago Ávila (foto à direita). A voz de prisão foi dada pelo subsecretário do DF Legal, Alexandre Bittencourt, como forma de intimidar as pessoas que estavam fazendo a resistência.

O Sindicato dos Bancários de Brasília considera inadmissível que o governador Ibaneis Rocha deixe famílias inteiras sem abrigo, justo na pior fase da pandemia, com centenas de pessoas no Distrito Federal aguardando leitos de UTI e o Brasil superando a marca de 340 mil mortes por Covid. Há mais de 20 crianças entre as famílias desabrigadas pelo despejo, incluindo uma de apenas um mês de vida.

As famílias da ocupação CCBB deveriam estar protegidas pela lei distrital aprovada em agosto de 2020 que proíbe o GDF de realizar despejos enquanto durar a pandemia, seja em áreas regularizadas ou não.

O Sindicato conclama a todas as instituições democráticas e todos os humanistas a se somarem a esse repúdio a Ibaneis Rocha e seu governo truculento, que sequer observa o estabelecido em lei.

Sindicato dos Bancários de Brasília