CONGRESSO DISTRITAL Mobilização em defesa dos bancos públicos demanda unidade

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A luta em defesa dos bancos públicos e das demais estatais do país demanda muita unidade. É o que afirmaram debatedores em painel sobre o tema no Congresso Distrital dos Bancários, realizado neste sábado (6). Os palestrantes apontaram ainda que o apoio da sociedade é essencial nessa mobilização.

Patrimônios públicos, como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Nordeste (BNB), o Banco da Amazônia (Basa), além dos bancos estaduais, são os principais alvos de privatização do governo Bolsonaro.

Na avaliação do deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF), o cenário é bem pior do que o vivido em governos anteriores, como a onda de privatização no governo de Fernando Henrique Cardoso, por exemplo.  Isso porque, segundo o parlamentar, a gestão de Bolsonaro não tem noção de nacionalidade e atua com viés mercadológico, que visa apenas o lucro.

“O caminho é levar ao povo a discussão da importância dessas empresas sob o ponto de vista do desenvolvimento e bem-estar social. Trata-se de patrimônios do povo brasileiro que precisam ser defendidos. Nessa luta, podem contar comigo”, disse.

‘Bancos públicos impulsionam economia do país

Para o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Jair Pedro Ferreira, os bancos públicos têm papel essencial no crescimento da economia do país. Esse fator, segundo o dirigente, não pode ser ignorado na busca por apoio popular.

“Como sociedade, não podemos permitir que entreguem nosso patrimônio ao capital privado. Ao privatizar, estamos perdendo um grande instrumento de desenvolvimento nacional”, disse.

Jair destacou ainda que, para fortalecer a mobilização, é necessário tomar todos os espaços sociais. “Precisamos fazer mobilização de base, trabalhar com uma comunicação direta com a população e, principalmente, pressionar nossos parlamentares. Não temos outra alternativa”, afirmou.

A mesma avaliação é compartilhada pela diretora da Fetec-CUT/CN Samantha Sousa, que mediou o debate. Para ela, é preciso aprimorar as mobilizações e inserir a população no processo, já que será a mais prejudicada.

“Ela (a população) precisa ter conhecimento de que as empresas são fundamentais para o país. A privatização traz consequências que vão além da demissão de trabalhadores, como por exemplo, a precarização dos serviços prestados. Temos exemplos de empresas que estão sendo reestatizadas e isso prova que privatizar não é a solução. O Estado precisa, antes de tudo, é fortalecer as estatais”, afirmou.

Iniciativas em defesa das estatais

Desde que as ameaças aos bancos públicos se intensificaram, trabalhadores, parlamentares e membros da sociedade em geral se uniram para impedir que empresas estratégicas sejam vendidas.

Nesse sentido, algumas iniciativas foram realizadas em conjunto. Um exemplo foi o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa dos Bancos Públicos, que reuniu mais de 19 partidos e inúmeros sindicatos na Câmara dos Deputados. O objetivo da ação é analisar os projetos de cunho privatista que tramitam na Câmara e, a partir daí, traçar planos de luta.

No Distrito Federal, em que quatro importantes estatais estão na mira do GDF para privatização (CEB, Caesb, Metrô e BRB), sindicatos também se mobilizam e lançaram o Fórum em Defesa das Empresas Públicas de Brasília. A iniciativa tem como objetivo alertar a população quanto aos prejuízos sociais causados pela venda das estatais.

Outra ação importante foi implementada pela Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB). Em meados de junho, a entidade lançou a campanha “Não mexa no meu BB”, com a finalidade de chamar a sociedade para aderir à luta contra a privatização do banco. O esforço ocorrerá no site da Campanha e também nas redes sociais, com a divulgação de materiais explicativos.

“O momento demanda unidade e qualquer apoio contra as privatizações será bem-vindo. Nossa luta precisa ser em defesa de todas as estatais do país. Esse é o recado que deve chegar à população e, principalmente, ao Congresso”, finalizou o presidente da ANABB, Reinaldo Fujimoto.

Leandro Gomes
Colaboração para o Seeb Brasília