Mês da Consciência Negra: Sindicato realiza live ‘As vivências da arte periférica preta’ nesta segunda (16)

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Como parte da programação do Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, o Sindicato realizará lives que tratam sobre a importância do tema durante toda a semana. Na segunda-feira (16), às 19h, será abordada ‘As vivências da arte periférica preta’ pelo canal do Sindicato no Youtube.

A poetisa Thayza Matos participa do debate, que será mediado pela professora da Secretaria de Educação do DF Larissa Silva Nascimento. A apresentação ficará a cargo da jornalista do Sindicato Joanna Alves.

Thayza possui graduação em História (licenciatura) pela Universidade Estadual de Goiás. É mestre pelo Programa de Pós-Graduação em História na UnB e especialização em Literatura e Mídias Contemporâneas pela Universidade Estadual de Goiás (2018), e também doutoranda em Literatura e Práticas Sociais, pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura (Poslit), pela UnB.

Conscientização e reflexão

A data serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional, além de reforçar a luta contra a discriminação racial e também a retirada de direitos conquistados, comandada pelo governo Bolsonaro.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) trimestral, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a renda média da população negra representa apenas 56,2% da recebida pelos brancos.

De acordo com a pesquisa, a população negra foi a mais afetada durante a pandemia de Covid-19, com a paralisação de muitas atividades. A taxa geral de desocupação é de 13,3%. Entre os pretos alcança 17,8%. Considerando apenas os brancos, é de 10,4%.

Os números apontam que cerca de 11 milhões de trabalhadores foram para a inatividade, sem condições de trabalhar ou procurar emprego; outros 8 milhões foram para o trabalho em casa (home office); quase 10 milhões tiveram seu contrato de trabalho suspenso ou redução da jornada de trabalho. Outros 13 milhões continuaram desempregados.

Grandes e médias empresas e até os três maiores bancos privados do país (Bradesco, Itaú e Santander), que obtiveram lucro que soma R$ 36 bilhões nos nove primeiros meses de 2020, demitiram funcionários.

Discriminação nos bancos

O Censo da Diversidade Bancária, realizado em 2008, 2014 e 2019, revela que negros e negras são minoria no sistema financeiro. Além disso, eles recebem percentualmente menos que um trabalhador não negro e a cor da pele é um obstáculo para ascensão profissional. Aos negros são dados cargos de menor remuneração e aqueles que não são de atendimento ao público.

Segundo o Censo 2019, menos de 5% de pessoas negras estão nos cargos de diretoria das instituições financeiras. Conforme dados obtidos pela pesquisa, aplicada pelas entidades sindicais que representam os bancários, 68,8% da categoria se disseram brancos; 24,3% pardos; 28,2%, negros e 2,8%, amarelos. Cinco anos antes, a remuneração média de pessoas negras era de 87,3% em relação à dos brancos.

Por isso, é fundamental a participação de todos os bancários e bancárias nessa luta contra a discriminação racial também no mercado de trabalho.

*Atualizada às 16h47 em 16/11/2020

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília