Margaridas abrem 7ª edição com a força das mulheres do campo

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Diretoras e diretores do Sindicato, da Contraf-CUT e da Fetec-CUT/CN participam do primeiro dia da Marcha

É em meio à seca do agosto brasiliense que flores fortes e resistentes espalham suas sementes. Na noite desta terça-feira (15), com o Pavilhão do Parque da Cidade lotado, milhares de margaridas abriram oficialmente a 7ª Marcha das Margaridas e fizeram ecoar o grito por justiça, democracia, pela reconstrução do país e pelo bem viver.

O encontro, que reúne trabalhadoras do campo do Brasil todo, também recebe delegações de mais de 20 países de todos os continentes, além de autoridades. As ministras Cida Gonçalves (Mulheres), Anielle Franco (Igualdade Racial), Margareth Menezes (Cultura), Marina Silva (Meio Ambiente), Nísia Trindade (Saúde), Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação) e Ana Moser (Esporte) participaram da mesa de abertura, ao lado de outros ministros de Estado. Representantes da Caixa e do Banco do Brasil se somaram ao evento.

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“Esse momento, para nós, é muito importante, de muita emoção. Não foi fácil chegar até aqui. São quase quatro anos construindo a Marcha das Margaridas. Somos mulheres da classe trabalhadora, mulheres rurais, jovens, negras, lésbicas, trans, agricultoras familiares, camponesas, indígenas, quilombolas, assentadas, acampadas, sem terra, assalariadas rurais, extrativistas, seringueiras, quebradeiras de coco, ribeirinhas, pescadoras, de fundo de pastos, benzedeiras e tantas outras que se somam nesta caminhada. Somos nós as margaridas, somos a continuação dos enfrentamentos que incansavelmente fazemos em defesa dos povos do campo, das florestas e das águas”, discursou Mazé Morais, coordenadora-geral da Marcha das Margaridas e secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

Governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra falou à reportagem do Sindicato que nunca perdeu uma edição da marcha. “Durante meu período como parlamentar, deputada federal, senadora, sempre participei. Agora, na condição de governadora, mais ainda. E 2023 tem um sabor ainda mais especial porque são as mulheres celebrando a democracia, reafirmando nosso compromisso com a defesa da democracia, com o movimento de união e reconstrução desse país. A Marcha faz parte da minha formação, faz parte da minha trajetória. Margarida Maria Alves, ontem, hoje e sempre!”.

Formativas

Durante a manhã e a tarde do primeiro dia de Marcha, quem passou pelo Pavilhão do Parque pôde acompanhar diversas atividades formativas realizadas simultaneamente. As rodas de conversas, no espaço externo, abordaram temas como política de crédito, assistência técnica e extensão rural; políticas públicas e organização produtiva; lideranças femininas nas políticas públicas para a agricultura familiar. No palco principal, foram discutidas soberania alimentar e agroecologia como caminho para a superação da fome e a (re)construção de políticas públicas para o bem viver.

A Mostra Nacional da Produção das Margaridas deu ao público a oportunidade de conhecer e fortalecer o trabalho das mulheres do campo que expuseram alimentos, peças de vestuário, bebidas e outros produtos artesanais.

Joanna Alves
Do Seeb Brasília