A Caixa Econômica Federal reforçou na reunião de trabalho com a Comissão Executiva dos Empregados realizada nesta sexta-feira (26), em Brasília, a mesma postura irresponsável que tem sido a marca da gestão que assumiu o comando da empresa em janeiro: demonstrou descaso com a pauta dos bancários, desrespeito com os representantes dos trabalhadores e com a própria história da empresa.
O assunto em pauta era a reavaliação de casos pontuais da reestruturação em curso na Matriz e filiais, que obriga os bancários a migrarem para as agências, mas a reunião terminou sem avanços e com sinais claros de retrocessos. “A reunião de trabalho foi mais uma tentativa de resolver casos pontuais sobre a desestruturação da empresa e que vem tirando o sono de muitos trabalhadores. Acontece que a Caixa tratou com a maior indiferença as nossas reivindicações. Não houve aprofundamento do debate da forma que esperávamos. É no mínimo desrespeitoso iniciar uma reunião informando que o que já foi feito não será revisto e isso é gravíssimo para uma empresa do porte e da importância da Caixa”, relata a diretora do Sindicato Fabiana Uehara, também dirigente da Contraf-CUT.
O processo de mediação no Ministério Público do Trabalho, no âmbito da ação que o Sindicato move contra o banco, foi suspenso porque se acreditava que a Caixa, na reunião de trabalho, fosse se mostrar mais transigente.
Fabiana faz duras críticas à direção da empresa. “Apostar na via negocial sempre se mostrou o caminho mais acertado para a solução de conflitos, e a história está aí para provar isso. Os dois lados ganham. Apelar para o desprezo às demandas dos trabalhadores e tratar com descaso ou mostra amadorismo da nova gestão ou incompetência mesmo. Ou as duas coisas juntas”, arremata a dirigente sindical.
Ações conjuntas
A reunião desta sexta com a Caixa foi mais uma iniciativa do Sindicato com o objetivo de barrar o desmonte de áreas estratégicas da empresa bem como humanizar a forma que os empregados estão sendo tratados na realocação. Outras medidas já foram adotadas, inclusive por meio de ação judicial, tendo o Sindicato já conseguido liminar na 4ª Vara do Trabalho que adiou o processo.
“Faremos a nossa parte e informaremos ao Ministério Público do Trabalho que não houve avanço nas negociações dos casos que levamos para análise da Caixa. É lamentável essa postura dos representantes da empresa. Mas vamos resistir, não nos damos como vencidos. Vamos reforçar a luta em defesa dos empregados e da própria empresa e contra esse desmonte”, reforça Fabiana.
Renato Alves
Do Seeb Brasília
