Estudos indicam terceira dose de vacinas. Brasil supera 575 mil mortes

Avanço da vacinação no Brasil segue reduzindo mortes por covid-19, que estão com menor média desde o dia 5 de janeiro. Por outro lado, contágio segue elevado

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O Brasil registrou hoje (24) 894 mortes por covid-19 em 24 horas e chegou a 575.742 vítimas do vírus. Foram ainda identificados 30.872 novos casos, totalizando 20.614.886 desde o início da pandemia, em março de 2020. Os números foram informados pelas secretarias de Saúde e consolidados pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Enquanto isso, no Brasil e no mundo pesquisadores começam a indicar a necessidade de uma terceira dose de reforço, principalmente em idosos.

Números da covid-19 no Brasil. Fonte: Conass

Embora o Brasil siga com um cenário preocupante, o avanço da vacinação apresenta bons resultados e mortes seguem em queda. Por outro lado, os casos estão em ritmo de estabilidade ou crescimento. O instituto inglês Imperial College divulgou que o índice de transmissão no Brasil voltou a preocupar. Isso porque a taxa (rT) está em 0,99, muito próxima de superar a 1, e portanto de indicador de surto saindo de controle. Na prática, isso quer dizer que cada 100 infectados transmitem para outras 99 pessoas.

Segunda dose

A porcentagem de imunizados com duas doses de uma das vacinas CoronaVac, Pfizer e AstraZeneca, ou com a dose única da Janssen, é de 27,49%. Receberam a primeira dose 63,47% dos adultos residentes no país, mas, de acordo com o Ministério da Saúde, ao menos 8,5 milhões estão com a segunda dose em atraso. O número baixo de pessoas totalmente imunizadas e o alto número de faltosos preocupa, especialmente diante do avanço da variante delta.

variante delta possui maior escape das vacinas, ou seja, tem potencial para circular mesmo entre vacinados. Contudo, os imunizantes seguem com alta eficácia para prevenir casos sintomáticos graves, hospitalizações e mortes. O problema é que a cepa, até 70% mais contagiosa, também derruba a eficácia das primeiras doses. Diante destes dados apontados por diversos estudos, é necessário completar o esquema vacinal para garantir uma proteção efetiva.

Terceira dose

Pesquisadores apontam para a necessidade de reforçar a imunização com uma terceira dose de vacinas. Em especial, para grupos vulneráveis, como idosos e imunossuprimidos. Muitos países com a vacinação mais avançada já iniciaram o processo. Entre eles, Israel e Estados Unidos. Ambos enfrentam uma nova onda de contágios e mortes. Nos Estados Unidos, o crescimento de mortes tem relação com a rejeição de grande parte da população às vacinas. O país tem menos de 50% de pessoas totalmente imunizadas, mesmo com abundância de doses. Já em Israel, o governo aposta totalmente nas vacinas, mas abandonou o uso de máscaras e o distanciamento social.

Israel e Estados Unidos utilizaram vacinas da Moderna, Pfizer e Janssen. A aplicação de uma terceira dose destes fármacos já foram comprovadas como eficientes para ampliar a proteção. Um estudo prévio divulgado hoje (24), ainda sem revisão, aponta para a necessidade de uma terceira dose para a CoronaVac. O pré-print foi desenvolvido pelo Instituto do Coração (InCor) e pela Faculdade de Medicina da USP. O reforço foi indicado para pessoas acima de 55 anos, além de imunossuprimidos. Estudo similar já havia sido realizado no Chile, onde os órgãos sanitários locais recomendaram a terceira dose a partir de oito meses após a segunda.

Vacinas salvam

O reforço não significa que as vacinas não funcionem. Ao contrário, todos os imunizantes em uso no Brasil foram amplamente testados e possuem alta segurança e eficácia, inclusive contra a variante delta. Mas, como o coronavírus circula mesmo entre vacinados, uma alta taxa de transmissão é preocupante mesmo em países com programas de imunização avançados. A ciência aponta para a necessidade de medidas em paralelo às vacinas, como uso de máscaras e distanciamento social. Estas medidas não farmacológicas foram amplamente abandonadas no Brasil, o que deixa o cenário mais delicado.

Números

Enquanto a variante delta avança no Brasil, os indicadores de internações e mortes seguem em tendência positiva. Hoje foi o primeiro dia desde 9 de janeiro que São Paulo registrou média móvel diária de mortes, calculada em sete dias, abaixo de 200. O indicador ficou em 198. A ocupação de leitos no estado também segue confortável. As UTIs ocupadas, que já ultrapassaram os 90% no estado, estão em 38,5%. Já as enfermarias, que também chegaram próximas à totalidade, estão em 24,6% Em nível nacional, a média móvel de vítimas está em 735 vítimas, melhor marca desde o dia 5 de janeiro.

Fonte: Rede Brasil Atual