Enquanto bancos públicos viabilizam crédito acessível para empresas, bancos privados se omitem na crise

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A proteção do governo federal aos bancos privados enquanto expressamente planeja entregar os bancos públicos ao mercado já é manobra sabida pelo povo brasileiro. A defesa do patrimônio público se mostra cada vez mais necessária diante de uma crise sanitária e econômica mundial, em virtude da pandemia do novo coronavírus, quando somente Caixa, BB e Banco da Amazônia estão operando o Programa Emergencial de Acesso ao Crédito para Micro e Pequenas Empresas (Pronampe).

Juntos, Caixa e BB já emprestaram os R$ R$ 6,9 bilhões destinados ao programa desde junho, quando as operações tiveram início. A Caixa já informou ao mercado que receberá mais R$ 1 bilhão para atender ao programa. O BB recebeu autorização de emprestar mais R$ 1,3 bilhão.

No Itaú, por exemplo, empresas encontraram problemas para contratar a linha de crédito e o banco liberou apenas R$ 410 mi no 1º dia de Pronampe. O Santander, que descumpre o acordo com os trabalhadores e demitiu mais de 400 trabalhadores durante a pandemia, declarou ao jornal Valor Econômico que deve oferecer os empréstimos aos clientes em agosto. O Bradesco informou que está aderindo ao Pronampe, sem detalhar quando começará a operação.

Para a diretora do Sindicato, Fabiana Uehara, “as crises econômicas seriam muito mais agudas se não houvesse a atuação dos bancos públicos. Privatizar essas instituições deixará o Brasil mais vulnerável nos momentos de maior turbulência”.

O programa tem caixa de R$ 15,9 bilhões para ajudar empresas de micro e pequeno porte com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões. O empréstimo é feito pelos próprios bancos e têm garantia do Fundo Garantidor de Operações (FGO), fundo público gerido pelo BB. No caso de prejuízo, o governo cobre até 85% das perdas totais das carteiras dos bancos com o Pronampe.

O Banco é do Brasil
O Sindicato levou a campanha em defesa do BB para as ruas depois das graves ameaças de privatização do ministro da Economia, Paulo Guedes. Com o mote “Nós fazemos a diferença e não estamos à venda. O Banco é do Brasil”, a entidade convoca a população do DF para fortalecer as trincheiras em defesa do banco e faz um chamamento à defesa do banco público como instrumento do desenvolvimento econômico e social do país, papel que exerce ao longo de seus 212 anos de existência.

Saiba mais sobre a campanha aqui.

#MexeuComACaixaMexeuComOBrasil
Nesta quinta-feira (9), empregadas e empregados da Caixa e a sociedade civil fizeram um expressivo Dia Nacional de Luta contra a agenda privatista do governo federal. A hashtag #MexeuComACaixaMexeuComOBrasil ficou entre os assuntos mais comentados no Twitter Brasil.

Joanna Alves
Do Seeb Brasília