Em reunião com BRB, Sindicato cobra solução urgente sobre substituições e pendências no home office

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Em mais uma mesa de negociação, o Sindicato se reuniu com o BRB na quinta-feira (18) para discutir temas de interesse dos bancários e das bancárias da instituição financeira. Na pauta, foram abordados assuntos como home office, substituições, novas contratações, abono de horas negativas, transferência e elegibilidade.

Substituições a longo prazo

O Sindicato cobrou do BRB uma solução urgente para corrigir as distorções relacionadas às substituições a longo prazo e afirmou que vai continuar acompanhando essa questão. De acordo com o banco, foram verificadas algumas situações, nas quais foram feitos ajustes, mas ainda têm pendências a serem resolvidas. Ou seja, tem trabalhador que continua fazendo substituições há muito tempo, sem nenhuma perspectiva de efetivação.

Home office

A proposta de home office apresentada pelo BRB, na última reunião, foi analisada pelo Sindicato e, de um modo geral, considerada positiva, mas há alguns pontos que precisam ser observados pelo banco e feitos eventuais ajustes de redação.

Inicialmente, para evitar que o empregado não sofra pressão, o banco reforçou o entendimento de que ele possa ter o direito a desconexão fora da sua jornada de trabalho, em horário de almoço e afins, que está prevista no acordo para ser controlada. O acordo prevê que, caso o funcionário seja acionado durante o final de semana ou feriado, é obrigatório que se pague todos os reflexos trabalhistas, previstos em lei.

Além disso, o Sindicato questionou junto ao banco qual o conceito de teletrabalho, se é home office, e procurou reforçar isso e escrever em acordo também, pois é necessário entender e possibilitar que os funcionários possam ter algum nível de liberdade. Já que vão fazer a entrega de seu trabalho por meios eletrônicos, que eles façam em alguns lugares além da sua própria residência, que seja na casa de familiares ou até mesmo de pessoas que possam trabalhar em locais coworking.

Também foi colocado pelo Sindicato, conforme apresentado na plenária feita recentemente, que o empregado tenha a possibilidade ou a garantia de trabalhar presencialmente, sem descaracterizar o home office. Pode-se dizer que ele poderia trabalhar de uma a duas vezes por semana para manter o contato com os colegas e a cultura organizacional, e os demais dias em casa ou outro local determinado.

O Sindicato colocou ainda a necessidade de análise do home office em situações excepcionais, ou seja, que saiam do padrão. Conforme o acordo prevê, e a interpretação que possa ser dada em função dele, que os funcionários tenham a possibilidade de analisar alguns casos mais fora da curva e tenham algumas situações atendidas, como exemplo, pessoas que possam morar fora e relativamente longe de Brasília.

Para isso, foi avaliado junto ao banco, e está se pensando numa proposta de redação de cláusula para possibilitar uma certa liberdade para que seja colocado em acordo a possibilidade de determinar um raio que a pessoa possa trabalhar, a partir do local de residência informada, e também para que se possa ter a possiblidade de o empregado estar temporariamente fora do local informado inicialmente.

Elegibilidade

O banco reforçou que não abre mão da questão da possibilidade da discricionariedade da administração. O Sindicato, por sua vez, reivindicou que se reduza a subjetividade na escolha, e que pessoas da mesma função e mesmo local de trabalho tenham, pelo menos, a possibilidade de terem analisados os seus pedidos de home office, se assim for o desejo delas.

Também foi reforçada a necessidade do acompanhamento das entidades sindicais no acordo. O BRB informou que pretende fazer reavaliações periódicas dos ciclos de home office que pretende implantar. O Sindicato pediu que a reavaliação junto às entidades seja feita de três em três meses, o que foi acatado pelo banco.

Banco de horas

O Sindicato voltou a citar o elevado estoque de horas positivas não pagas desde o ano passado. Em reuniões anteriores, o banco informou que existiam também horas negativas, além de positivas. O Sindicato pediu o abono dessas horas negativas, que se deu em função da pandemia, e o banco ficou de avaliar.

Na reunião de quinta-feira (18), o banco disse que praticamente todas as horas negativas que tiveram problemas no registro já foram sanados pelos gestores. Garantiu que há somente algumas situações residuais para serem resolvidas, e que não tem um grande banco de horas negativas a serem compensadas/pagas aos funcionários.

Após isso, o Sindicato apresentou uma proposta de flexibilização do horário de almoço, de 30 minutos até duas horas para o pessoal de 8 horas; e entre 15 e 30 minutos para os de 6 horas. E citou, como exemplo, cláusulas acordadas por outros bancos, como a Caixa e o Banco do Brasil. O BRB se mostrou receptivo, pediu essa proposta como parâmetro, disse que vai avaliar e apresentar uma reposta na próxima reunião, que acontece esta semana.

Analistas de TI e escriturários

O banco informou que a convocação de 59 aprovados (houve uma desistência formal) no concurso de analistas de TI deverá ser feita em dezembro. Já os remanescentes dos 200 concursados para escriturários, cuja chamada ocorreu entre junho e outubro, também serão convocados em dezembro, mas a sua integração junto ao banco se dará apenas em janeiro.

Transferência

Quanto à seleção de funcionários para atuar na expansão fora do DF, o BRB esclareceu que está havendo um planejamento e, portanto, ainda não há informações concretas sobre o local e nem para quais agências que os trabalhadores serão destinados. O Sindicato, por sua vez, reforçou a necessidade de os trabalhadores obterem maiores informações o mais rápido possível, pois os que demonstraram interesse precisam se planejar e, para isso, é fundamental saber todos os detalhes sobre a transferência para a Bahia. O banco firmou compromisso de atender esta solicitação.

PCCR

O Sindicato fez a proposta de falar sobre PCCR na próxima reunião, que acontece esta semana. Porém, o BRB informou que não tem proposta pronta, precisa de mais tempo para apresentar uma minuta, mas ficou acertado que serão tratados assuntos como o acordo de PLR de 2022, prevista na pauta de reivindicação da última data-base, e analisados algumas questões relativas ao corpo coletivo. O banco se comprometeu a apresentar uma proposta de relacionamento sindical.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília