Em mesa de negociação, BRB não avança de forma satisfatória

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Em mais uma reunião de Mesa de Saúde com o BRB, realizada nessa quinta-feira, 22/07, às 19:00, o Sindicato se reuniu com representantes do banco para receber o retorno sobre as reivindicações em relação a preservação da vida do trabalhador e melhorias ao PDVI em curso, sendo a posição da diretoria do BRB decepcionante.

O banco retornou as reivindicações do Sindicato colocando que 186 pessoas fora do grupo de risco vão se manter em teletrabalho por ter filhos, parentes, ou situação de risco avaliada pela GEVID. Lactantes com manifestação também poderão ficar em teletrabalho. Informou, ainda, que a DITEC não irá retornar ao presencial, salvo pontualmente alguns da SUPRO.

Na verdade, mais de 700 bancários ainda correm risco de vida, pois o BRB, em vez de parar o retorno conforme solicitado, para preservar os trabalhadores, continuou mandando retornar ao trabalho, mesmo sendo amplamente de conhecimento público que sem vacina os riscos são extremos. E, na mesma sequência, o Sindicato e o próprio banco já registram várias denúncias de aglomeração e desrespeito às regras de segurança, principalmente na direção Geral do BRB, no CNC.

O Sindicato entende que é ponto central a reivindicação de retorno após a segunda dose da vacina, pois é o apontamento dado pela ciência, e nada pode ser superior a vida do trabalhador.

“Não podemos abandonar ninguém nessa guerra, todos são muito importantes e de valor inestimável, dessa forma, queremos a segurança de todos”, afirma o Diretor do Sindicato Ronaldo Lustosa.

Negacionismo da diretoria do banco continua, tragédia à vista!

Vivemos em uma pandemia de Covid-19, uma nova variante chegou no DF, a Delta. A ciência aponta que só com as duas doses da vacina estaremos minimamente prontos para resistir, e já há apontamentos da necessidade de uma dose extra. Nos locais onde houve o retorno ao trabalho presencial, seguindo cegamente o irresponsável decreto de retorno do GDF, já existem relatos de aumento no número de infectados imediatamente após essa decisão, com vários servidores testando positivo nessas últimas semanas, conforme relatou o jornalista Hélio Rosa, e confirmado por Ibrahim Yusef, Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Civis da administração direta, autarquia, fundações e Tribunal de contas do DF, SINDIRETA-DF.

Vergonhosamente BRB ignora dispositivo no próprio decreto que permite negociar retorno seguro

Não houve nenhuma defesa consistente do banco durante as mesas de negociação, apenas o negacionismo. O banco se manifestou apenas no sentido de que “temos que seguir o decreto”, chegando a ignorar solenemente o próprio dispositivo do decreto do GDF, que diz “§ 5º Os dirigentes dos órgãos e entidades da administração pública direta e indireta do Distrito Federal poderão, excepcionalmente, mediante justificativa, implementar retorno gradual dos seus servidores.”(NR)”. Qual melhor justificativa do que aguardar a segunda dose do corpo funcional, preservando a vida conforme farta documentação cientifica e manifestação de especialistas em saúde?

“Esse dispositivo no decreto do GDF permite ao BRB implementar um retorno seguro, justificado pelo simples fato de que só após a segunda dose da vacina temos uma margem de segurança aceitável, conforme vem sendo apontado nas mesas de negociação pelo Sindicato, e amplamente pela ciência.” Pondera a advogada Laós Lima Muylaert Carrano, sócia da LBS Advogados.

Com medo, funcionários não têm opções

É de conhecimento geral no BRB as pressões exercidas sobre quem tem função e o medo gerado pela possibilidade de perdê-la. Em um ambiente assim, é muito difícil garantir que o funcionário não vai sofrer pressão para voltar, pois uma vez que ele é questionado se quer voltar ou não pela sua chefia, já é exercida uma pressão psicológica, levando o funcionário a não questionar ou não se sentir seguro o suficiente para dizer não, podendo gerar, conforme relatado pelo Sindicato anteriormente, situações de humilhação e constrangimento desnecessárias.

“O BRB insiste na estratégia de fazer contato com as bancárias e bancários, simulando uma atitude inocente e preocupada sobre o retorno presencial. É fato que quem está ou esteve em homeoffice não se sente seguro em retornar, ainda mais com a variante Delta que chegou em Brasília. O contato do gestor sobre o retorno ao presencial acaba sendo um assédio sistemático disfarçado de preocupação que na verdade é uma forma de pressionar o bancário a voltar e ainda dizer que a escolha foi dele”, afirma Rafaella Gomes, diretora do Sindicato.

Vários relatos de aglomeração, desrespeito às regras e ao uso de máscaras no CNC revelam a incapacidade do banco em garantir a segurança

O Sindicato recebeu de vários bancários do BRB nessa semana constantes denúncias de aglomerações, desrespeito ao distanciamento social, funcionários sem máscaras, pessoas “gripadas” no ambiente, no próprio centro administrativo do BRB. Ou seja, nem em sua central o BRB tem capacidade de garantir a segurança dos funcionários e nem que sejam cumpridas as regras impostas, dessa forma fica evidente a irresponsabilidade em convocar os funcionários ao ambiente presencial sem a devida imunização.

“O Sindicato solicitou ao banco que fosse suspendido o retorno pelo risco, o que não foi acatado. Agora, infelizmente, já estamos vendo as consequências de um retorno sem planejamento e diálogo com os representes dos trabalhadores e trabalhadoras”, critica a diretora da Secretaria de Saúde do Sindicato, Vanessa Sobreira.

Para evitar mortes e trabalhadores com sequelas, Sindicato chama a diretoria do banco à responsabilidade da garantia fundamental à vida

direito à vida é garantia fundamental prevista no artigo 5º, caput, da Constituição federal. Ela garante proteção à vida e trata-se de um direito inviolável conforme afirma Marcelo Novelino. Segundo o mesmo autor esse direito pode ser entendido como o direito a “permanecer vivo”, quanto a ter uma existência digna. Dessa forma, o Sindicato dos Bancários de Brasília chama mais uma vez à responsabilidade toda a Diretoria do BRB nominalmente Paulo Henrique Bezerra Rodrigues Costa  Presidente, Dario Oswaldo Garcia Júnior Diretoria Executiva de Varejo – DIVAR, funcionário, Fabiano Pereira Côrtes Diretoria Executiva de Tecnologia – DITEC, Hugo Andreolly Albuquerque Costa Santos Diretoria Executiva de Novos Negócios – DINEG, funcionário, Eugenia Regina de Melo Diretoria Executiva de Atacado e Governo – DIAGO, Cristiane Maria Lima Bukowitz Diretoria Executiva de Gestão de Pessoas, Administração e Retaguarda – DIPES, funcionária, Héllen Falcão de Carvalho Diretoria Jurídica – DIJUR, Kellen Kris Alves Flores Brito Diretoria Executiva de Controle e Riscos – DICOR, funcionária, para que observem atentamente que o caminho que estão tomando não tem base nenhuma, casa feita sobre a areia, vai ruir, só que nesse caso o problema pode ser a morte de um funcionário, colega, pai, mãe, filho, ou a sequela desse, que podem também ser para o resto da vida. Vale a pena perder companheiros se o teletrabalho, conforme vários relatos que recebemos dos colegas, tem funcionado no BRB?

O Sindicato entende que há o caminho seguro, exposto várias vezes em Mesa e reforçado com a manifestação da advogada Lais Carrano, e com base na ciência, conforme exposto amplamente não só pelo Sindicato, mas também pela grande mídia. Dessa forma, continuará na luta pela vida das bancárias e bancários do BRB, e convoca toda a base a estar mobilizada e atenta para os próximos passos.

“Tentamos mais uma vez, e vamos continuar lutando pois entendemos que a vida não tem preço, não há nada que justifique colocar pessoas em perigo de vida tendo poder e condições de protegê-las, não aceitaremos atitudes negacionistas, vacina é vida e só com ela teremos segurança”, afirma o Diretor do Sindicato Ronaldo Lustosa da Rocha.

Diretoria não atende às reivindicações sobre PDVI

Sobre o PDVI em curso, o BRB não atendeu os apontamentos feitos por meio do Sindicato pelos funcionários. Informou que poderão ser formalizadas considerações por cada participante, e serão analisadas, caso a caso, pela diretoria de pessoas DIPES.

O Sindicato entende que poderia ser feito mais pelo banco no programa, pois as colocações dos funcionários são pertinentes e merecem o reconhecimento por tantos anos dedicados ao trabalho no BRB.

Adicionalmente o sindicato solicitou a lista de inscritos por hora de acesso, a pedido de funcionários que questionaram a transparência do processo.

“Lamentamos que a direção do banco tenha levado uma semana para comunicar sua falta de esforço para essas justas reivindicações, inclusive também levadas pelo conselheiro eleito, Adão Passos, parceiro pela causa”, registra André Nepomuceno, diretor da Fetec-CUT/CN. A reinvindicação de centenas dos que dedicaram décadas ao banco merece mais reconhecimento. Os valores de indenização desprezam o mais alto reajuste salarial dos últimos anos.

Em princípio similar, é muito injusto o “critério” de ignorar o iminente aumento do teto de contribuição na Regius (também em setembro, no plano BD 01), pois traz a perda do IPCA anual. Perdem-se também interstícios por idade. Para ambos já houve a reserva pessoal atuarial. “O banco prefere atacar um benefício que repercute por toda a vida, em troco de somas irrisórias, plenamente ajustáveis no conjunto do PDVI”, ressalta André.