Dieese: lucro do Banco do Brasil chega a R$ 4,9 bilhões no primeiro trimestre do ano

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O Banco do Brasil registrou lucro líquido ajustado de 4,9 bilhões no primeiro trimestre do ano, um aumento de 44,7% em relação a igual período do ano passado. Segundo o banco, o resultado foi influenciado principalmente pela redução de 48,3% da PCLD, pelo desempenho positivo da margem financeira bruta (MFB), que cresceu 4,0%, e pela redução em despesas administrativas. Na comparação com dezembro de 2020, o crescimento foi de 33,0%. O retorno sobre o patrimônio líquido (RPSL) ajustado aumentou 4,3 pontos percentuais (p.p.) em doze meses, chegando em 15,1%.

Segundo boletim divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que a carteira de crédito ampliada da empresa, que inclui, além da carteira interna, TVM privados e garantias, teve crescimento de 4,5% em doze meses, totalizando R$ 758,3 bilhões. Em relação a dezembro, houve crescimento de 2,2%.

O Dieese chama ainda a atenção para o crescimento do segmento Pessoa Física PF (+7,1%) e de micro, pequenas e médias empresas (+26,1%), além do aumento de 6,4% do agronegócio. Na comparação com março do ano passado, o crescimento da carteira PF pode ser explicado pelo crescimento da linha crédito consignado (+14,2%), cartão de crédito (+10,3%) e empréstimo pessoal (+10,1%). A carteira de crédito Pessoa Jurídica (PJ) alcançou o volume de R$ 287,1 bilhões (+5,2%), ultrapassando a de PF (R$ 234,0 bilhões). A carteira de crédito de agronegócio chegou a R$ 198,5 bilhões, aumento de 6,4% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, com destaque para o Pronaf (+4,5%), custeio agropecuário (+21,1%) e para o investimento agropecuário (+39,0%).

Além disso, as despesas com provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) foram reduzidas em 48,3%, após ter registrado expressivo crescimento no 1º trimestre de 2020, totalizando cerca de R$ 3,4 bilhões no 1º trimestre de 2021. O índice de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias foi de 1,95%, redução de 1,22 ponto percentual com relação a março de 2020, se mantendo inferior à inadimplência do Sistema Financeiro Nacional (2,20%). Cabe frisar que os dados de inadimplência do 1º trimestre de 2020 (3,17%) estavam majorados em função do efeito de um caso específico do segmento grandes empresas que havia pedido recuperação judicial em 2019.

As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias caíram 2,7% em um ano, alcançando R$ 6,88 bilhões, enquanto, as despesas com pessoal, incluindo o pagamento da PLR, aumentaram 18,2%, totalizando R$ 6,31 bilhões. Esse aumento foi fruto das despesas com os programas de desligamentos (Programa de Desligamento Extraordinário e Programa de Adequação de Quadros). Assim, a cobertura das despesas de pessoal pelas receitas secundárias do banco foi de 109,1% no 1º trimestre de 2021, redução de 23,4 pontos percentuais em 12 meses.

Ao final de março, o BB contava com 87.876 funcionários, com fechamento de 4.881 postos de trabalho em 12 meses, resultado impactado pelos programas de desligamento voluntário anunciados no início de 2021. Por outro lado, o número de clientes (correntistas, poupadores e beneficiários do INSS) cresceu 3,7 milhões e o número de agências se reduziu em 279 unidades, totalizando 4.089 ao final do 1º trimestre de 2021.



Da Redação com informações do Dieese