Dieese destaca importância das ações para valorização do mínimo

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Presidente do Sindicato, Eduardo Araújo diz que é preciso continuar lutando a favor do aumento do salário mínimo

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou, em maio, uma nota técnica que contém esclarecimentos sobre o mecanismo de valorização do salário mínimo e os resultados já obtidos desde que entrou em vigor.

Segundo a nota, o governo federal enviou no dia 15 de abril ao Congresso Nacional a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) com a estimativa do valor do salário mínimo a vigorar em 2014. A quantia, que corresponde a R$ 779,79, é constituída pela taxa estimada de inflação e pelo que corresponde ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013.

A nota técnica destaca a efetividade das ações das centrais sindicais ao realizarem marchas em Brasília com o objetivo de estabelecer a valorização do salário mínimo. Desde a primeira manifestação, em 2004, as centrais começaram a integrar as negociações, juntamente com o governo federal, conquistando, gradativamente, novos percentuais de aumento. A participação dos sindicatos foi tão enérgica que contribui para uma variação de 178,46% em apenas 10 anos.

Está em evidência o debate sobre o método de acréscimo à renda mínima dos brasileiros e brasileiras. A nota técnica do Dieese mostra que a argumentação dos opositores ao processo atual baseia-se, sobretudo, na alegação de possíveis expansões no desemprego e nos trabalhadores autônomos (que não possuem carteira assinada); o acúmulo de despesas à Previdência Social e aceleração da inflação.

Em contrapartida, o Dieese revela na nota que o Estado brasileiro e, principalmente, os empregados, obtiveram vantagens resultantes das adições ao pagamento. De modo geral, as prefeituras municipais não só conseguiram arcar com o aumento do salário mínimo, como também empregaram mais trabalhadores.

Desemprego em queda

Segundo suas pesquisas, as taxas de desemprego caíram e houve um aumento significativo da formalização da ocupação. O texto destaca ainda a posição do atual salário mínimo como referência a outros salários. Alguns pisos têm-se aproximado gradualmente de seu valor, enquanto outros incorporam os reajustes.

Os ganhos para os trabalhadores são inúmeros, como reforça a pesquisa do Dieese. “Ainda que se tenha amenizado disparidades de salários, ainda que se tenha levado dignidade aos empregados, a desigualdade continua. É preciso continuar lutando a favor do aumento do salário mínimo”, ressaltou o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo.

Naiara Marques
Do Seeb Brasília