CUT e outras centrais sindicais entregam a pauta dos trabalhadores a Lula

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Evento ocorreu nesta quinta (14), em São Paulo

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e demais centrais entregaram para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira (14), em São Paulo, a Pauta Unificada da Classe Trabalhadora para as eleições de 2022. O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, também participou do encontro.

O documento foi elaborado por CUT, Força Sindical, UGT, CSB, CTB, Nova Central, Conlutas, Intersindical e Pública, e aprovado no dia 7 de abril, durante a Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat). Segundo as entidades, trata-se de “um conjunto de propostas que espelham o modelo de desenvolvimento necessário para o Brasil gerar empregos de qualidade, crescimento dos salários, proteção dos direitos trabalhistas, combate às desigualdades, proteções sociais e previdenciárias, a defesa da democracia, da soberania e da vida“.

Contraf-CUT

A presidenta da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, esteve entre os dirigentes sindicais que receberam o ex-presidente. Em seu discurso, ressaltou o estado precário a que o atual governo levou o Brasil. “O Brasil está destruído”, disse. “As empresas públicas estão sendo desmontadas, a população está na miséria, o brasileiro está endividado; é para isso que o sistema financeiro está servindo agora, para tirar do trabalhador e dar ao rico”, pontuou. Ao final do discurso, Juvandia ainda fez um apelo: “Nós precisamos que o senhor volte a governar o Brasil, nós precisamos de política para todos, de política para as mulheres; o desemprego da mulher, da mulher negra, é ainda maior do que o da média da população. Precisamos de um governo que valorize o povo”, concluiu.

Alckmin

O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, elogiou o espírito de união das centrais. “Estamos num dia histórico, em que as maiores centrais sindicais do Brasil se reúnem, e isso remete à nossa história: quando o Brasil estava em risco, religiosos se uniram para condenar a ditadura; quando precisava sair da ditadura e de uma nova constituição, houve união, e lá estavam Lula, Brizola, Covas, Ulysses”, lembrou. “Agora, temos um governo que odeia a democracia, que elogia a tortura; e nesse momento de desemprego, de fome, de 662 mil mortos pela covid-19, o Brasil se agiganta aqui nesta reunião, e venho me unir à luta de vocês pelo Brasil, à luta Sindical que deu ao Brasil o maior líder popular: Lula. Viva os trabalhadores do Brasil” concluiu.

Lula

O ex-presidente Lula elogiou a iniciativa das centrais. “Não é uma pauta de reivindicações, é quase um plano de reconstrução deste país”, disse. O ex-presidente se mostrou otimista com o futuro do país com um governo de união. “É plenamente possível termos um país mais solidário, acabar com a miséria, gerar os empregos que os trabalhadores precisam, colocar o povo mais humilde nas universidades”.

Lula também analisou as consequências do golpe de 2016. “Quando se quer dar um golpe, se constrói uma narrativa, transforma a mentira em verdade, e a mentira foi que precisava prender o Lula, mas o objetivo era tirar direitos do trabalhador e destruir a estrutura sindical”, avaliou.

Para o ex-presidente, a soberania do Brasil está em risco. “O país tem que ser soberano não só para cuidar das fronteiras, mas para garantir a qualidade de vida de sua população. Como falar em soberania de um país que é o terceiro maior produtor agrícola, e tem 116 milhões de pessoas com deficiência alimentar; que é um dos maiores produtores de proteína, mas as pessoas procuram carcaça de frango pra se alimentar?”, questionou.

Lula recordou a contribuição dos trabalhadores durante seu governo. “Devo muito ao movimento sindical os acertos de meu governo; não foram poucas as vezes em que conversamos. A gente conseguiu fazer um governo que gerou 22 milhões de empregos com carteira assinada, e pela primeira vez, os 10% dos mais pobres tiveram o mesmo volume de renda que os 10% mais ricos no país”.

A proposta de Lula será reconstruir “a parceria com as centrais”, para acabar com o desemprego. “Sempre digo que o emprego é sagrado, quando a gente tem um salário para levar comida à família, parece que a gente está no céu, agora quando há desemprego, a vida do povo vira uma desgraça”, afirmou.

O ex-presidente também criticou a degradação das condições do trabalho. “Criaram o trabalho intermitente, chamam o trabalhador de aplicativo de empreendedor, mas que são trabalhadores sem direito, sem férias, sem sábado e domingo, sem sistema de previdência quando se machucam. O entregador de aplicativo não pode carregar comida com fome; não somos contra o jovem trabalhar entregando comida de moto ou bicicleta, o queremos é que ele tenha direitos”.

Lula disse também que vai “melhorar a legislação trabalhista, ajustá-la à realidade atual”. “Vamos criar uma mesa de negociação, com dirigentes sindicais e empresários. A gente não vai fazer nada na marra, vamos negociar. A geração de emprego vai se tornar uma obsessão para nós”, garantiu.

Da Redação com Contaf-CUT