Contra ataque aos bancos públicos, empregados da Caixa reforçam trincheira em dia de luta

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Convocados pela representação nacional dos bancários, os empregados e empregadas da Caixa lotados em Brasília fizeram coro contra os ataques privatistas do governo Bolsonaro nesta terça-feira (10). Em frente ao edifício Matriz I, as lideranças sindicais do DF e de outros estados frisaram a importância da unidade em defesa da centenária empresa pública em mais um Dia Nacional de Luta.

Além das intervenções ao microfone, que demonstraram os riscos que a sociedade brasileira corre com o desmonte da Caixa enquanto agente de transformação e desenvolvimento social, dirigentes do Sindicato, da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) e da Confederação Nacional dos Bancários (Contraf-CUT) dialogaram individualmente com os empregados da empresa e entregaram material informativo e camisetas da campanha #ACaixaÉTodaSua.

Secretário de Relações com a Comunidade do Sindicato e empregado da Caixa, Antonio Abdan lembrou que “o ataque do governo às empresas públicas impactará a todos nós, empregados e cidadãos brasileiros. Não podemos ficar indiferentes. Vender as subsidiárias da nossa empresa significa reduzir o poder de atuação da Caixa que atende aquele que a iniciativa privada não atende”.

Abdan comentou ainda sobre a retirada de direitos dos trabalhadores do banco público, cujo intuito claro é facilitar a entrega da Caixa para o mercado. “Estão adequando o quadro de empregados, tentando ignorar os direitos que conquistamos duramente para entregar esta empresa centenária de bandeja. Vai ter luta”, completa.

Jair Pedro, presidente da Fenae, afirmou que a Caixa está “na boca do tubarão”. O dirigente, que já compôs a mesa de negociação, criticou a ação do governo Bolsonaro que, meses atrás, afirmou que não venderia as empresas públicas brasileiras, grandes patrimônios construídos com o suor do trabalhadores. “Juntos, o governo privatista e a direção da Caixa querem fatiar a empresa, repartindo os recursos com o setor privado. Parte do lucro que a Caixa alcança financia importantes programas de desenvolvimento social do país”, disse Jair.

A solidariedade entre os bancários, marca registrada da categoria, marcou a atividade desta terça. Trabalhadores do BB e do BRB somaram forças ao ato no Matriz I, como foi o caso do presidente do Sindicato, Kleytton Morais. Funcionário do BB, o dirigente destacou a importância da discussão tomar as ruas brasileiras para fortalecer a defesa das empresas do povo.

“Nossa luta é em defesa das estatais, dos serviços e dos servidores públicos. Capítulos extremamente importantes de atuação desse Brasil profundo só serão concretizadas com instituições fortes, capacitadas e com a dimensão dos funcionário e funcionárias destas instituições. O Dia Nacional de Luta é um importante capítulo de denúncia ao ataques do governo e de seus nomeados dentro dessas empresas que visam desmantelar as estruturas para entregar à iniciativa privada”, disparou Kleytton.

A deputada federal, empregada da Caixa e voz ativa em defesa das empresas públicas no Congresso Nacional, Erika Kokay também participou da atividade desta tarde. Depois do resgate da história da Caixa, que se confunde com a história do Brasil, Erika afirmou que, com luta, “vamos romper com a crueldade que assola o país, já que aquele que ocupa o Palácio do Planalto não é dono do Brasil. O desespero faz ele desferir toda sorte de ataques, inclusive à democracia”.

“Esta empresa vai resistir a tudo que está acontecendo, à demagogia do seu presidente; às lágrimas hipócritas do seu presidente que se diz sensibilizado com as pessoas com deficiência e lhes arranca o plano de saúde; aquele que diz defender esta empresa, mas devolve títulos que não precisaria e nem poderia devolver”, finalizou a parlamentar.

Joanna Alves
Do Seeb Brasília