Comissão da Verdade lança livro ‘A verdade sobre a escravidão negra no DF e Entorno’

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O Sindicato, dando continuidade às comemorações do Dia da Consciência Negra, lança nesta terça-feira (21) o livro ‘A verdade sobre a escravidão negra no Distrito Federal e Entorno’, fruto do relatório final da Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra no DF e Entorno, da entidade sindical. Será a partir das 9h, no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados. 

A obra já está disponibilizada virtualmente na íntegra para leitura. Basta acessar o link abaixo:

As informações apresentadas na publicação sobre as populações negras do DF e Entorno – especialmente as comunidades quilombolas contempladas no projeto –, têm como proposta fornecer subsídios necessários às cobranças de reparação às violações sofridas e que também sejam reconhecidas por suas lutas cotidianas e alcancem a justiça social de que tanto carecem, honrando seus ancestrais.

Composta por 19 membros, em caráter voluntário, a Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra no DF e Entorno, do Sindicato, deu início às suas atividades no dia 30 de março de 2016 e definiu como período temporal aos estudos teóricos e de campo o compreendido entre os anos 1700 (quando teve início o Ciclo do Ouro) e o ano de 1960 (quando fundada Brasília, a atual capital do país). Já as áreas estabelecidas como de interesse foram as situadas em um raio aproximado de 300 km do centro de Brasília, pelo estado de Goiás.

A presidente da CVN/SBB, Lucélia Aguiar, esclarece que um dos objetivos da comissão foi contar a verdadeira história do povo negro, a versão que não está nos livros oficiais, que não é contada nas escolas, “bem como apontar soluções para demandas das comunidades quilombolas visitadas, onde idosos e jovens nos repassaram o que ouviram de seus ascendentes – avós e bisavós”.

Vice-presidente da CVN, Jeferson Meira, que também é diretor do Sindicato, destaca que os trabalhos da comissão chegaram a fatos relevantes da pós-abolição vivenciados pelos quilombos do DF e Entorno até os dias atuais.

Na apresentação do livro é destacado que “essas comunidades têm uma ampla legislação em defesa dos seus direitos, porém negados e saqueados por intervenções de um Estado que privilegia, sobretudo, latifundiários, fazendeiros, grileiros. Assim, o que não pode ser alcançado pela proposta utópica de democracia é buscado por meio de lutas que venham a garantir a efetivação desses direitos a partir das políticas públicas”.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília