Comando Nacional dos Bancários estabelece com a Fenaban sequência de temas para as negociações

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Discussão das cláusulas econômicas começa em 3 de agosto. Próximo encontro tratará de emprego e terceirização

Crédito: Seeb SP

O primeiro encontro entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional do Bancos (Fenaban), na tarde desta quarta-feira (22), definiu a sequência dos temas para as negociações da Campanha Nacional 2022 e abordou ainda três questões destacadas pelos representantes dos trabalhadores: demissão em massa no Mercantil do Brasil no Rio de Janeiro; abono do banco de horas negativas gerado em decorrência da pandemia; e retirada de pauta do PL 1043/2019, que propõe a liberação da abertura de agências bancárias aos finais de semana.

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A próxima reunião de negociação, definida para segunda-feira, 27 de junho, tratará de emprego e terceirização. Na sequência, virão cláusulas sociais e segurança bancária; cláusulas sociais e teletrabalho; igualdade de oportunidades; saúde e condições de trabalho; e duas reuniões sobre as cláusulas econômicas, nos dias 3 e 11 de agosto.

O presidente do Sindicato, Kleytton Morais, destaca o fato de a Campanha Nacional deste ano se situar em um quadro de grandes dificuldades, em razão da conjunção de profundas crises econômica, social e política. “Passamos por intensos debates preparatórios em nossos fóruns, definimos bem as nossas prioridades e a nossa estratégia de luta. Agora chegou o momento de darmos as mãos, nos unirmos e nos organizarmos para as mobilizações e os enfrentamentos que se fizerem necessários”, reforça o dirigente.

“São temas centrais que englobam uma série de reivindicações da categoria. Isso contribui para organizarmos e agilizarmos as negociações”, ponderou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. “É hora de nos mobilizarmos! E bora ganhar este jogo!”, completou.

Banco de horas negativas

Antes de entrar na pauta definida para o dia, o Comando Nacional dos Bancários reivindicou o abono das horas negativas das pessoas com comorbidade para as quais o banco não conseguiu viabilizar o trabalho remoto durante a pandemia.

“As pessoas foram afastadas por uma questão de saúde pública. Foram dois anos de pandemia e para algumas delas os bancos não conseguiram viabilizar o trabalho remoto. Isso gerou um número muito grande de horas a serem compensadas. Por mais que tenham tentado, algumas pessoas não conseguiram compensar todas estas horas. Queremos que estas horas sejam abonadas”, explicou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, que também coordena o Comando Nacional dos Bancários.

A Fenaban disse que, como as negociações sobre banco de horas foram realizados diretamente com os bancos, fará um levantamento sobre quais são os casos e discutirá a proposta com cada um deles.

Demissões em massa

O Comando também lembrou sobre a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) com relação à necessidade de negociações com os sindicatos antes de empresas promoverem demissões em massa. “O Banco Mercantil do Brasil está encerrando as atividades no Rio de Janeiro e vai fechar todas as agências no estado. Pedimos que a Fenaban intermedeie negociação com o BMB para que seja respeitada a decisão do Supremo e esta mesa de negociações”, reivindicou a presidenta da Contraf-CUT.

A Fenaban disse que recebeu ofício da Contraf-CUT com a solicitação, já está tentando agendar reunião com o banco para tratar do assunto e dará resposta à representação da categoria até a manhã desta quinta-feira (23).

PL 1043/2019

O Comando Nacional dos Bancários também solicitou que os bancos trabalhem no sentido de retirar o Projeto de Lei 1043/2019, que propõe a liberação da abertura de agências bancárias aos finais de semana, da pauta de votação.

“Os bancos alegam que em alguns eventos, como feiras de negócios, que ocorrem aos finais de semana, são prejudicados devido a não abertura dos bancos nesses dias. Isso não justifica o desrespeito à nossa mesa de negociações. Nunca nos negamos a negociar estes casos específicos. Inclusive existem acordos que permitem este trabalho”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT. “Tanta coisa mais importante para ser discutida no Congresso Nacional e querem criar uma lei para um tema que é tratado em nossa mesa de negociações. Isso deve ser pauta aqui na nossa mesa, não no Congresso. Por isso, pedimos o esforço para que o mesmo seja retirado da pauta”, ressaltou.

Calendário das negociações:

Segunda-feira 27 de junho:
Emprego e Terceirização

Quarta-feira 6 de julho:
Cláusulas sociais e segurança bancária

Sexta-feira 22 de julho
Cláusulas sociais e teletrabalho

Quinta-feira 28 de julho
Igualdade de oportunidades

Segunda-feira 1 de agosto
Saúde e condições de trabalho

Quarta-feira 3 de agosto
Cláusulas econômicas

Quinta-feira 11 de agosto
Continuação das cláusulas econômicas

Bancários entregam pauta de reivindicações à Fenaban. Negociações começam na quarta (22)

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Da Redação com Contraf-CUT