Chefe da Secom recebe dinheiro de TVs e agências contratadas pelo governo Bolsonaro

Fabio Wajngarten é responsável pelo repasse de dinheiro público para publicidade em emissoras, entre elas, Band e Record, que têm contrato com empresa na qual ele é o principal sócio

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Ao mesmo tempo em que é chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Fabio Wajngarten recebe, por meio de uma empresa da qual é sócio, dinheiro de emissoras de TVs e agências contratadas pelo governo de Jair Bolsonaro. Entre elas, estão Band e Record, as duas emissoras que mais vêm recebendo verba publicitária da Secom. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

De acordo com reportagem divulgada nesta quarta-feira (15), desde o ano passado, quando assumiu o comando da pasta, Wajngarten se mantém como principal sócio da FW Comunicação e Marketing, responsável por fornecer estudos de mídia para TVs e agências, como mapas de anunciantes do mercado, além de averiguar se peças publicitárias contratadas foram veiculadas. Pelo menos cinco empresas que recebem do governo Bolsonaro são atendidas pelos serviços da FW.

O dinheiro público é distribuído a essas emissoras e agências por meio de verbas publicitárias, destinadas pela Secom, responsável pelo controle na distribuição de todos os órgãos federais. Ao todo, R$ 197 milhões foram gastos em campanhas no ano passado.

“Corrupção no governo: vai ter manifestação na Avenida Paulista dos seguidores do Bolsonaro contra isso?”, ironizou o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) pelo Twiiter.

Segundo a legislação, é proibido que integrantes da cúpula do governo mantenham negócios com pessoas físicas ou jurídicas que possam ser afetadas por suas decisões, por configurar conflito de interesses. O chefe da Secom, no entanto, nega que o acúmulo dos dois cargos tenha tal implicância.

O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) questiona Wajngarten. “Conflito de interesses? Corrupção? Improbidade administrativa? A certeza é que a mamata não teve fim!”, afirma o senador em suas redes sociais. Paulo Teixeira também chegou a publicar que especula a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias do jornal.

Também pelo Twitter, o Psol se manifestou sobre a reportagem, questionando ainda as emissoras que, sob comando do atual chefe da Secom, passaram a receber fatias maiores da verba publicitária do governo Bolsonaro para as TVs abertas, assim como o SBT. A reportagem lembra que o Tribunal de Contas da União (TCU) já investiga se o governo tem distribuído conforme critérios políticos, favorecendo as mídias alinhadas ao seu mandato.

 “Sabe o que significa, né? Mamata”, contestou o Psol em seu perfil.

Fonte: CUT Brasil