CEBB cobra contratações por concurso público e negociações sobre incorporados pelo BB

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A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) se reuniu, por videoconferência, com os representantes do banco na tarde desta sexta-feira (7) para tratar sobre questões que envolvem o emprego. As negociações avançaram no sentido de renovação de algumas cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) em vigência. Além disso, os representantes dos trabalhadores cobraram o fim da redução do quadro de pessoal e a contratação de funcionários concursados.

“A informação de que o banco aceita a renovação de algumas cláusulas do acordo em vigência é importante e traz alento para os funcionários, mas ainda precisamos avançar em outros pontos”, disse o coordenador da CEBB, João Fukunaga.

“Pontuamos também as preocupações dos funcionários que ingressaram por ação judicial e que não conseguem ascender na carreira, além da situação dos funcionários que foram aprovados no concurso de TI e que permanecem em agências aguardando a migração para a Ditec”, disse Marianna Coelho, diretora do Sindicato e representante da Fetec Centro Norte na CEBB. O banco deve analisar essas questões na mesa de negociação permanente.

Marianna demonstra preocupação, a partir da publicação do balanço do BB do primeiro semestre, com o impacto da redução dos postos de trabalho, que traz sobrecarga de trabalho aos funcionários, e da diminuição das agências, que prejudica diretamente o atendimento aos clientes e à população.

Contratações

“Há praças em todo o país que têm sofrido com a falta de concurso público vigente para repor as vagas dos que têm se desligado ou dos que são promovidos nos últimos anos”, analisa Marianna.

“Também é importante observar o caráter público do banco, e a contratação pode contribuir com a redução do desemprego no país”, disse o coordenador da CEBB. “Além disso, somos contra as terceirizações e a política que coloca os correspondentes bancários como concorrentes dos funcionários”, completou.

A representação dos funcionários também levantou a preocupação sobre uma ação do Ministério Público do Trabalho (MPT) sobre as carreiras técnicas do BB, como advogados, engenheiros e profissionais de Tecnologia da Informação. O banco efetua a contratação de todos os funcionários como escriturários e promove ascensão na carreira por meio de seleção interna.

Na ação civil pública que resultou na decisão do TRT, o MPT apontou a promoção de escriturários de nível médio para funções que exigiam grau superior. Na decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 10a Região, ficou definida a obrigatoriedade de concurso para esses casos, mas mantidas as nomeações que já tivessem sido efetivadas.

O banco ressaltou que sempre foi sua opção haver uma carreira única e que atualmente não existe a possibilidade de se comprometer com a criação de carreiras específica e que não há impedimento para nomeação de acordo com as especializações de cada funcionário.

Avanços das negociações

O banco informou que vai renovar as cláusulas do ACT em vigência que tratam das mesas temáticas sobre os trabalhadores dos bancos incorporados, que serão instaladas em 90 dias após a assinatura do acordo e o banco vai trazer para a mesa as entidades relacionadas (Economus, Previ, Cassi, entre outras).

O banco também vai renovar a mesa para tratar do trabalho home office e aceitou incluir nesta mesma mesa os escritórios digitais.

Também há intenção de renovação da cláusula de negociação permanente.

Os representantes também apresentaram reivindicações específicas em relação ao Performa, à GDP e à continuidade da contagem do tempo para pontuação de mérito, mesmo quando o trabalhador está em licença acidente de trabalho. Também cobraram a constituição de uma mesa específica para tratar dos funcionários com deficiência.

Mesa sobre Covid-19

Os trabalhadores também solicitaram e o banco acatou o pedido para realização de uma mesa específica para tratar de assuntos relacionados à Covid-19.

Segundo os trabalhadores, gestores estão propondo que pessoas do grupo de risco voltem ao trabalho mediante avaliação médica e ameaçando funcionários do grupo de risco que estão em home office, alegando que, se estes não cumprirem metas, deixarão o home office e serão incluídos no grupo que está acumulando horas negativas a serem compensadas. Também há relatos de falta de EPIs, que não estão chegando em todos os locais.

Próximas mesas

As próximas mesas de negociação serão sobre saúde e outra sobre igualdade e cláusulas sociais, ainda sem datas definidas.

Da Redação com Contraf-CUT