Cassi apresenta números e esclarecimentos sobre intervenção da ANS; Contraf-CUT cobra reabertura das negociações com o BB

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A Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) apresentou os números financeiros e esclarecimentos sobre o processo de intervenção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e as demais entidades de representação dos funcionários do banco. A apresentação ocorreu na quarta-feira (24), na sede da Cassi, em Brasília.

Na segunda-feira (22), foi publicado no Diário Oficial da União a decisão de instauração do Regime de Direção Fiscal na Cassi, que é a primeira etapa do processo da intervenção. Com a medida, é nomeado um terceiro para tratar da questão do desequilíbrio financeiro na entidade.

Para a Contraf-CUT e a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), a melhor solução é o entendimento entre o banco e os associados.

“Consideramos muito ruim a instauração do Regime de Direção Fiscal da ANS na Cassi. Os caminhos dessa intervenção são incertos e a intenção do mercado e governo em relação às milhares de vidas que a Cassi atende também gera preocupação. É fundamental a reabertura da mesa de negociações para que se busque solução que atenda os interesses dos associados e preserve a Cassi como autogestão solidária”, defende o diretor do Sindicato Rafael Zanon, integrante da Comissão de Empresa representando a Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN).

Dados apresentados

Na reunião desta quarta-feira (24), foram apresentados os dados mais atualizados dos balancetes financeiros, as curvas de evolução de diversos indicadores, entre eles o índice de solvência e de patrimônio líquido.

A diretoria da Cassi informou ainda sobre as medidas tomadas que, segundo eles, melhoraram o índice de eficiência, mas que ainda se mostram insuficientes para reverter o patrimônio líquido negativo ou uma melhoria significativa do índice de solvência.

Entre as medidas apresentadas estão a melhoria em despesas administrativas e assistenciais, bem como o aumento da coparticipação e o congelamento de salários dos funcionários da Cassi.

A Comissão de Empresa dos Funcionários do BB ressaltou que a Contraf-CUT é contra o aumento da coparticipação, por ser uma medida que pune quem mais precisa e não resolve o problema financeiro da Cassi.

Na avaliação da Comissão, a melhoria dos números da Cassi é positiva, mas insuficiente para garantir a perenidade do plano. Assim, a orientação é permanecer defendendo a Cassi para os funcionários e aposentados do Banco do Brasil, embora seja uma situação preocupante, porque uma nova proposta, se negociada, terá que atender o que a ANS espera para a garantia do plano.

A diretoria da Cassi também prestou esclarecimentos sobre a Direção Fiscal e o escopo do trabalho da ANS dentro da Caixa de Assistência até o momento.

A diretora fiscal nomeada fará análise dos dados contábeis da Cassi e analisará a eficiência das medidas de saneamento apresentadas pela diretoria do plano de saúde, emitindo relatórios que serão analisados pelo colegiado da ANS.

O salário da diretoria fiscal é pago pela Cassi.

Reabertura das negociações com o BB

A Contraf-CUT cobrou mais intensidade da diretoria da Cassi na cobrança ao Banco do Brasil para a reabertura do processo de negociação, pedido apoiado pelas demais entidades.

Também pediu esclarecimentos sobre matéria veiculada no jornal O Estado de S.Paulo sobre possível venda da carteira da Cassi e lembrou que a entidade tem gestão paritária e seu estatuto prevê consultas ao corpo social para temas desta relevância.

A Cassi, no entanto, informou que, não havendo medida que garanta a sustentabilidade e a ANS entenda que a alienação da carteira ou a liquidação seja a medida administrativa a ser adotada, a mesma não passará por consulta aos associados. Para os representantes dos trabalhadores, é estranha a movimentação e o interesse da imprensa e do mercado financeiro na intervenção da ANS. 

Os dirigentes sindicais reiteram que a falta de proposta agrava a situação e a perda da Cassi por venda da carteira ou liquidação deixa de ser algo remoto, o que reforça ainda mais a necessidade de reabertura das negociações com o Banco do Brasil.

Da Redação com Contraf-CUT