Casos de covid em alta, 444 mil mortes e terceira onda a caminho

Nas últimas 24 horas foram registrados 82.039 novos casos e 2.403 óbitos. “Governo sabotou medidas adotadas por estados e municípios”, diz sanitarista

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O Brasil registrou nas últimas 24 horas mais 2.403 óbitos devido às complicações da covid-19, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (20) em boletim do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). O número é levemente menor que o de ontem, 2.641. No entanto, o contágio voltou a crescer no último período: 82.039 casos de covid registrados, maior que os 79.219 da véspera. O aumento do contágio preocupa, porque aumenta o número de pessoas com procura por hospitalização, leitos de UTI. E mais adiante deve influenciar no aumento dos óbitos.

Com a atualização dos números, o Brasil totaliza 15.894.094 casos confirmados de contágio pelo novo coronavírus, e 444.094 mortos. O estado de São Paulo segue na frente com mais óbitos: 106.437. O que não impede, porém, o relaxamento das medidas para evitar aglomerações pelo governador João Doria (PSDB).

casos de covid conass
Na página do Painel da Conass gráficos são interativos e permitem pesquisa de comportamento dos casos de covid por estados e períodos

Terceira onda da covid-19

Embora as médias móveis apontem queda no contágio e mortes, a médica sanitarista e pesquisadora de Fiocruz Lúcia Souto entende que o Brasil está entrando na terceira onda da pandemia de covid-19. “Os dados estão mostrando isso. O sistema de saúde começa a colapsar e em alguns lugares já estão colapsado”, disse hoje (20) em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, do Jornal Brasil Atual.

“É a mesma história que se repete desde o ano passado. Não se consegue fazer no Brasil uma união nacional para enfrentar essa pandemia”, disse Lúcia, que é presidente do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes). Ela voltou a cobrar do Ministério da Saúde o comando para alinhar o país em um lockdown. E do governo de Jair Bolsonaro a criação de condições econômicas para que isso ocorra.

Entre elas, a volta do auxílio emergencial de R$ 600 e ajuda para os pequenos empresários para que seja possível um isolamento capaz de conter a transmissão do vírus, principalmente no contexto brasileiro de baixa vacinação.

Política genocida

A médica lembrou que os países que levaram a pandemia a sério e tomaram essas medidas obtiveram bons resutados, inclusive econômicos. “O governo sabotou, de forma criminosa, medidas adotadas por estados e municípios, como Araraquara. O resultado é o recrudescimento da pandemia, a possibilidade de novas cepas para as quais a vacina poderá não ser eficaz. As consequências são imprevisíveis para o país que em essa política genocida.”

Integrante da Frente pela Vida, o Cebes está trabalhando em uma cronologia de todas as ações do governo de Jair Bolsonaro em relação à pandemia. O objetivo é apresentar o documento à presidência da CPI da Covid, para auxiliar a atuação dos senadores integrantes.

Fonte: Rede Brasil Atual