Caixa 161 anos: Riscos de contágio e sobrecarga de trabalho integram o cotidiano dos empregados durante a pandemia

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Desde o início da pandemia de covid-19, a atividade bancária, considerada essencial, se mantém ativa e em funcionamento em todo o território brasileiro. Sob a perspectiva dos movimentos populares, a Caixa, que sempre cumpriu papel importante na operacionalização de programas sociais para a população mais empobrecida do país, atuou de maneira fundamental neste momento de crise econômica e sanitária, para efetuar o pagamento do auxílio emergencial e outros serviços.

O descaso da gestão Bolsonaro recaiu sobre as costas dos empregados da Caixa e sobre a população. Com a decisão de concentrar os pagamentos do benefício em apenas um banco público, os bancários e bancárias ficaram na linha de frente, prestando grande função social e enfrentando diariamente os riscos da exposição ao vírus, para atender milhares de pessoas mais vulneráveis da sociedade em busca do auxílio de R$ 600,00. Filas intermináveis, falta de informação, falhas no sistema, tensão e lotação nas agências, ou seja, um caos total por falta de planejamento e estratégia.

Para preservar a saúde dos empregados da Caixa e por melhores condições de trabalho, o Sindicato iniciou uma dura e cotidiana batalha, cobrando dos bancos o fornecimento de equipamento de proteção individual (EPIs), estabelecimento de protocolos de segurança para atendimento ao público, em especial aos beneficiários dos programas sociais, distanciamento entre as pessoas e desinfecção no ambiente de trabalho.

Desde então, o Sindicato passou a realizar rotineiramente blitzes nos prédios e nas unidades para verificar e exigir o cumprimento dessas medidas que protegem tanto os trabalhadores bancários como os clientes e usuários.

A adoção de home office para os empregados do grupo de risco e o revezamento entre os bancários que estão no trabalho presencial também têm exigido vigilância e cobranças constantes por parte do Sindicato.

Esforço extra na ação sindical

Para a secretária de Saúde do Sindicato, Vanessa Sobreira, “houve necessidade de um esforço extra na ação sindical, em razão da complexidade dos serviços e do papel que a Caixa presta à sociedade, atraindo grande contingente de pessoas para as suas dependências nesse momento de crise sanitária, mas muito se deve também ao negacionismo de seus dirigentes e gestores, a começar pelo próprio presidente da instituição, que chegou a dizer que o home office é frescura”.

“O descaso com a vida se mostrou constante no ambiente Caixa, tanto na resistência em fornecer EPI em quantidade suficiente, quanto na indisposição em incluir os terceirizados nos protocolos. Enquanto tem gente morrendo, a direção da Caixa cobrou meta de produtos, o que é um absurdo”, observa Rafaella Gomes, diretora do Sindicato e empregada da Caixa.

Na opinião de Rafaella, os empregados da Caixa são verdadeiros heróis. “Eles não mediram esforços e, mesmo correndo risco de contaminação do coronavírus, se dedicaram no atendimento aos mais vulneráveis, contribuindo para que a comida chegasse à mesa dos menos favorecidos, através do pagamento do auxílio emergencial e de outros serviços essenciais. Parabéns, bancário e bancária!”.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília