Relatório do Diesse sobre o desempenho do Banco de Brasília (BRB) no primeiro trimestre de 2024 revela uma situação financeira complexa e desafiadora. Aqui estão os principais pontos críticos:
Desempenho financeiro
O BRB registrou um lucro líquido recorrente de R$ 8,7 milhões, uma queda de 89,9% em comparação com o trimestre anterior. No entanto, o resultado contábil foi um prejuízo de R$ 42,9 milhões. Sem o uso de créditos tributários, o resultado recorrente também teria sido negativo.
Eventos não recorrentes
Os eventos não recorrentes somaram R$ 51,6 milhões, com destaque para a Lei nº 7.239/2023 e a troca de processadora da BRBCARD, que impactaram significativamente os resultados.
Carteira de crédito e inadimplência
A carteira de crédito ampliada cresceu 0,7% em três meses, totalizando R$ 36,1 bilhões. No entanto, a inadimplência para atrasos superiores a 90 dias aumentou para 3,17%, refletindo um cenário de maior risco.
Despesas e eficiência
As despesas com provisão para crédito de liquidação duvidosa aumentaram 50,8%, totalizando R$ 337 milhões. As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias caíram 4,9%, enquanto as despesas com pessoal diminuíram 7,1%.
Base de clientes e patrocínios
A base de clientes atingiu 7,7 milhões, impulsionada pela parceria com o Flamengo. No entanto, os gastos com patrocínios foram elevados, representando 63% do lucro líquido recorrente de 2023, um percentual muito superior ao de outros bancos públicos.
Conclusão
O BRB enfrenta desafios significativos, com resultados financeiros pressionados por eventos não recorrentes e aumento da inadimplência. A estratégia de crescimento da base de clientes através de parcerias esportivas poderia até ser promissora se o Flamengo agisse realmente como parceiro interessado no sucesso do negócio, trazendo e incentivando efetivamente os torcedores do clube a fazer negócios no banco, e não como um mero receptor de patrocínio, que é o sentimento de muitos bancários. Mas os altos gastos com patrocínios levantam questões sobre a eficiência e a sustentabilidade dessa abordagem que, assim como a gestão do banco, recebem cada vez mais e mais críticas, devido a sua condução ruim, na visão de muitos. O sentimento é de que ou a gestão muda, ou o banco não vai sair dessa linha perigosa que tem cruzado.
Da Redação