Bradesco registra lucro de R$ 7 bilhões no 1º trimestre deste ano, mas continua demitindo

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O Bradesco obteve lucro líquido contábil de R$ 7,009 bilhões no 1º trimestre de 2022, com alta de 13,9% em relação ao mesmo período de 2021, e de 121,1% comparando-se com o resultado do 4º trimestre de 2021 (R$ 3,170 bilhões). O Retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado (ROAE) do banco ficou em 18,5%, com alta de 0,9 pontos percentuais em 12 meses.

De acordo com o Bradesco, esse resultado se deve ao bom desempenho da margem financeira, das receitas de prestação de serviços e das despesas operacionais do banco. O ganho líquido de R$ 231 milhões com a desmutualização do investimento na CIP (Câmara Interbancária de Pagamentos) foi classificado como um evento extraordinário, não beneficiando, assim, o lucro líquido recorrente do banco, que foi de R$ 6,821 bilhões (alta de 4,7%).

Análise do Dieese aponta que a carteira de crédito expandida do banco cresceu 18,3% em 12 meses e 2,7% no trimestre, atingindo R$ 834,5 bilhões. As operações com pessoas físicas cresceram 22,6% em 12 meses, chegando a R$ 331,4 bilhões, com alta em todas as linhas e destaque para cartão de crédito (45,6%), crédito consignado (+16,2%) e crédito pessoal (15,8%).

“É inadmissível que, mesmo com um lucro bilionário, o Bradesco continua demitindo e fechando agências, numa clara demonstração de descaso com os seus funcionários. Mas vamos continuar acompanhando essa situação adversa e fazer o que for necessário para revertê-la”, garante Paulo Frazão, diretor do Sindicato. Em um ano, 1.199 postos de trabalho foram fechados, e abertos apenas 214.

O crédito imobiliário aumentou 23,3% e o crédito para pessoa jurídica cresceu 15,7% em 12 meses, alcançando R$ 503,0 bilhões. O segmento de pequenas e médias empresas cresceu 18,6% no período e o de grandes empresas cresceu 14,3%. O índice de inadimplência superior a 90 dias, incluindo pessoa física e pessoa jurídica, ficou em 3,2%, com alta de 0,7 ponto percentual em comparação com o 1º trimestre de 2021.

Já as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) cresceram 43,7%, totalizando R$ 6,77 bilhões, em função principalmente do crescimento dos segmentos pessoa física e micro e pequenas empresas, que demandam maior provisionamento. A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceu 7,0% em 12 meses, totalizando perto de R$ 7,0 bilhões. As despesas de pessoal mais PLR cresceram 7,8% no período, somando R$ 5,2 bilhões.

Assim, no 1º trimestre, a cobertura dessas despesas pelas receitas de prestação de serviços e tarifas do banco foi de 134,73%. A holding encerrou março de 2022 com 87.488 empregados. No mesmo período, foram encerradas 364 agências, enquanto foram abertas 200 unidades de negócio.

Confira a análise feita pelo Dieese:

Destaques-do-Banco-Bradesco_1tri-2022



Da Redação