Bolsonaro veta artigo que prevê acesso a água potável na lei de proteção de indígenas contra coronavírus

Veto foi orientado pelo Ministério da Economia, que justifica que o fornecimento de água aos indígenas "cria despesa obrigatória ao Poder Público". Bolsonaro ainda vetou fornecimento de kits de higiene e compra de respiradores

0

Em despacho ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (8), Jair Bolsonaro vetou, entre outros artigos, o acesso universal a água potável no Projeto de Lei nº 1.142, de 2020, que “dispõe sobre medidas de proteção social para prevenção do contágio e da disseminação da Covid-19 e cria um plano emergencial de enfrentamento ao coronavírus nos territórios indígenas”.

Ao justificar o veto, Bolsonaro diz que permitir acesso à agua potável aos indígenas “cria despesa obrigatória ao Poder Público”, citando como fontes da decisão os Ministérios da Economia, da Saúde, da Justiça e Segurança Púbica e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Outra medida vetada pelo presidente, pela mesma justificativa de “criação de despesa ao poder público” é a “distribuição gratuita de materiais de higiene, de limpeza e de desinfecção de superfícies para aldeias ou comunidades indígenas”.

Bolsonaro ainda vetou a compra de respiradores e máquinas de oxigenação sanguínea e a oferta emergencial de leitos hospitalares e de unidade de terapia intensiva (UTI).

Entre os diversos vetos, o presidente ainda proibiu a criação de programa específico de crédito para povos indígenas e quilombolas para o Plano Safra 2020.

Leia o despacho na íntegra.

Fonte: Revista Fórum