Um “X” vermelho na mão ou escrito em um papel pode salvar a vida de mulheres em situação de violência doméstica. Nesta segunda-feira (28), o Banco do Brasil aderiu à campanha Sinal Vermelho, criada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). A adesão, se somada à 51ª cláusula assegurada pela última Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), garante às bancárias do BB mais atenção às situações de violência.
No DF, a campanha já incentivou uma cliente a pedir ajuda em agência bancária. Com um “X” marcado na mão, uma bancária conseguiu mediar a denúncia de violência doméstica, acionando os órgãos competentes.
A pandemia, entre outras questões, aumentou o número de casos de violência doméstica no Brasil. Tendo dados e fatos em mãos, as bancárias reivindicaram e asseguraram a oferta de linha de crédito para mulheres em situação de violência a se organizarem após o desligamento do agressor. Além disso, está garantido o sigilo para bancárias que optarem por trocar o local de trabalho em virtude das violências sofridas em casa.
“É difícil o enfrentamento da violência doméstica, por conta do machismo incrustado na sociedade. Quanto mais apoio tivermos, melhor, como no caso da adesão do BB à campanha do CNJ. A capilaridade do BB favorece essa expansão da campanha pelo país. Isso demonstra uma empatia da empresa para com essa situação, que virou uma epidemia a violência contra a mulher”, comenta a secretária de Mulheres do Sindicato, Zezé Furtado.
Vale salientar que violência doméstica não se limita a atos físicos contra uma mulher. De acordo com a Lei Maria da Penha, violência doméstica e familiar contra a mulher é “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”. Além da campanha Sinal Vermelho, as mulheres em situação de violência podem fazer denúncias por meio do número 180.
O Sindicato está estruturando uma forma de atender a sociedade sobre essa demanda em sua sede e incentiva a busca por acolhimento qualificado.
Joanna Alves
Do Seeb Brasília
