Bancários realizam nova paralisação contra reestruturação do BB. E banco chama para negociação

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No segundo Dia Nacional de Paralisação contra a reestruturação do Banco do Brasil, realizado nesta quarta-feira (10), mais uma vez, a categoria mostrou sua força e a mobilização unificada impactou diversas agências país afora. Em consequência disso, o banco já sinalizou disposição para nova negociação com o Comando Nacional dos Bancários. A reunião acontece neste momento.

Em Brasília, as atividades começaram às 4h30, e contou com a solidariedade de outras categorias, como os vigilantes. O Sindicato fechou unidades consideradas estratégicas no Setor Bancário Sul e na 515 Norte, como tesouraria central e áreas de monitoramento, responsáveis pela vigilância das agências e salas de autoatendimento, o que inviabilizou a abertura das mesmas.

“Demos nosso recado e continuaremos denunciando à população os riscos deste desmonte que é, sem dúvida, um ataque irracional ao Banco do Brasil. Além disso, nossa mobilização teve um caráter emblemático, pois hoje é o dia que o BB escolheu para descadastrar os 10 mil caixas a nível país, ou seja, pais e mães de família terão redução de sua renda na ordem de até 40% e isso é inadmissível”, ressaltou o presidente do Sindicato, Kleytton Morais.

E acrescentou: “Nosso objetivo é que o banco retome a mesa de negociação, quer seja pela mediação do Ministério Público do trabalho, quer seja diretamente com o sindicato. Precisamos encontrar urgentemente uma solução que atenda aos interesses de ambos os lados”.

Para o secretário de Finanças do Sindicato, Eduardo Araújo, as medidas propostas pelo BB desrespeitam os trabalhadores e seus representantes. “Querem vender o patrimônio do povo brasileiro, e essa desestruturação é apenas o primeiro passo na estratégia do Paulo Guedes para enfraquecer a empresa e privatizá-la”, pontua.

Fabiana Uehara, diretora do Sindicato, observa que, devido à dificuldade de negociação com o BB, o segundo Dia Nacional de Paralisação foi ainda mais reforçado. “Neste atual cenário de desmonte, temos que defender nossos direitos com todas as forças, pois sabemos a importância do Banco do Brasil para a classe trabalhadora e para sociedade de modo geral”.

“Agora, a nossa expectativa é de que a instituição reabra as negociações com a representação trabalhista para discutir a reestruturação e reverter o cenário imposto às bancárias e aos bancários. Queremos que o banco retroceda na decisão de fechar agências, de reduzir dotações e suprimir direitos”, enfatiza a secretária de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Marianna Coelho.

Truculência

Não bastassem os ataques propositais ao Banco do Brasil, na mobilização desta quarta-feira (10) a Polícia Militar do DF usou de violência para impedir a paralisação que ocorria no Setor de Monitoramento das Condições de Segurança das Unidades do BB, pelo movimento dos funcionários. Na garagem do Edifício Sede I, o comando da operação ignorou entendimentos feitos com a direção do Sindicato para a condução pacífica do movimento, e rompeu inexplicavelmente o diálogo, passando a agredir os trabalhadores.