Artigo de Eduardo Araújo | Por que o governador de São Paulo quer vender o BB? Quem ganha com isso?

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Tarcísio de Freitas, também conhecido como governador carioca de São Paulo, afirma que há espaço para vender o BB e a Petrobrás. Ele tem histórico no assunto. Começou a fazer xepas com o patrimônio público em 2016, já no governo Michel Temer, quando foi secretário da Coordenação de Projetos da Secretaria Especial do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), responsável pelo programa de privatizações, concessões e desestatizações.

Thor’císio de Freitas (ou Narcísio do Martelinho) tem uma extensa ficha de gestão inadequada da “coisa pública”, aprimorada quando foi ministro de Infraestrutura do governo do “Vendedor de Joias”, em que teve a missão de conceder o máximo possível de ativos para a iniciativa privada. Na sua gestão, em 2019, foram concedidos 27 ativos, a BR-364/365, e teve leilão do tramo central da Ferrovia Norte-Sul, de 13 terminais portuários e de 12 terminais de aeroportos.

Em 2020, foram realizadas concessões em 12 ativos de infraestrutura, com destaque para terminais do Porto de Santos, renovação antecipada de ferrovias da Malha Paulista, Vitória-Minas e Carajás. Em 2021, foram concedidos 39 ativos à iniciativa privada, nove autorizações ferroviárias – destaque para trecho entre Goiás e Bahia da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), 13 arrendamentos portuários, além de três concessões de rodovias. No modal aeroviário, 22 aeroportos da Infraero foram arrematados em leilões.

Em 2022, foram cinco projetos concedidos à iniciativa privada: a Rodovia BR-116/493/465 (RJ/MG), os terminais portuários STS11 (Santos-SP), SUA07 (Suape-PE) e PAR32 (Paranaguá-PR) e a renovação de concessão de ferrovia da MRS, além da privatização da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa).

Para compreender a ineficiência do que defende o engenheiro, Frei’TAZ dos Republicanos brasileiros, basta estudar os “cases”: Malha Nordeste da RFFSA (onde barrou a recomendação da cassação da Ferrovia Transnordestina Logística, FTL, do grupo CSN no Nordeste – antiga malha Nordeste da RFFSA); Metrô de Belo Horizonte (a falsa promessa de ampliação); e Itapemirim Transportes Aéreos (credenciamento desastroso em outubro de 2020).

Quem ganha?

Possível pré-candidato a presidente da República em 2026, em substituição ao inelegível, Thor Martelinho acaba de torrar a preço de banana mais um patrimônio público paulista, a Sabesp. Além do preço vil, mais um absurdo: a empresa que comandará a Sabesp, segunda maior empresa de saneamento do mundo, só precisou comprar 15% das ações. E ele quer continuar esse desatino, anunciando já anunciou que pretende privatizar a Petrobrás e o Banco do Brasil.

Taí o desafio. Depois do Vendedor de Joias, o povo vai deixar tomar o poder o Doador de Patrimônio Público?

Eduardo Araújo é bancário do Banco do Brasil e presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília