ANS dá 30 dias para Cassi apresentar programa de recuperação financeira

0

Após 90 dias de auditoria contábil financeira na Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi), a Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS) finalizou na quarta-feira (23) a primeira etapa do processo de direção fiscal e emitiu relatório atestando a sua insuficiência.

E deu um prazo de 30 dias para que a entidade apresente um programa de saneamento a ser cumprindo em 24 meses, que deve conter ações e metas para a reversão de todos os indicadores que estão em desconformidade.

O documento detalha, também, que as medidas devem ser factíveis e estar devidamente explicadas e evidenciadas em projeções que demonstrem, mês a mês, como ocorrerá a recuperação da operadora, o que exige da Cassi agilidade para promover mudanças urgentes e significativas.

O objetivo é garantir a recuperação do equilíbrio financeiro, do patrimônio líquido, negativado em R$ 137 milhões, da margem de solvência, que é de R$ 905 milhões, e a constituição de ativos garantidores, que estão negativos em R$ 116 milhões, para suportar as provisões técnicas. A soma desses números chega na casa do R$ 1,2 bilhão, valor necessário para recuperar as reservas e readquirir o equilíbrio.

O resultado, que abrangeu informações de janeiro a agosto de 2019, além de dados de 2017 e 2018, está na Instrução Diretiva nº 12, entregue à Cassi. O documento ratifica que a Caixa de Assistência cumpre os preceitos exigidos pelos normativos de controle contábil.

“Os associados da Cassi acompanham com atenção os desdobramentos relativos à situação econômico-financeira da entidade. A situação é delicada e faz-se necessário o comprometimento e esforço de todos os agentes intervenientes no processo para a busca de uma solução”, argumenta Kleytton Morais, presidente do Sindicato. “Por essa razão continuamos buscando alternativas, em conjunto com as entidades representativas dos associados, para atender às exigências do regulador. A Cassi terá de rever o seu plano de custeio para que tenha recursos suficientes para manter o equilíbrio entre receitas e despesas, com isso ganhando tempo para apropriar outras proposições e revisões como modelo de uso”.

Para Rafael Zanon, diretor do Sindicato que participou do processo de negociação, “não podemos deixar aberto o caminho para entidades terceiras decidirem o futuro de nosso plano de saúde. Para mantermos a Cassi como autogestão de governança paritária, com um bom atendimento de saúde, precisamos fazer uma leitura racional do momento que vivemos atualmente e dos interesses que estão em jogo em relação às nossas milhares de vidas. O mercado privado aberto quer essas vidas. Por isso, as entidades associativas vêm trabalhando ao longo desses meses para conseguir negociar com a empresa uma proposta que salve a Cassi e seja aceita pelos associados.”

Da Redação