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16 de Setembro de 2025 às 07:42

Setembro Amarelo agora é lei: prevenção ao suicídio precisa ser compromisso permanente

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A campanha Setembro Amarelo, dedicada à prevenção ao suicídio, ganhou força em 2025 com a sanção da Lei 15.199/25. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, no dia 8 de setembro, a norma que torna oficial a campanha e estabelece 10 de setembro como Dia Nacional de Prevenção do Suicídio e 17 de setembro como Dia Nacional de Prevenção da Automutilação. A legislação consolida um trabalho iniciado por profissionais da saúde e movimentos sociais, que há mais de uma década defendem que cuidar da vida deve ser prioridade de Estado.

A realidade brasileira confirma a urgência desse debate. Em 2023, o país registrou mais de 16,8 mil mortes por suicídio, segundo dados oficiais, número que ainda pode estar subnotificado. Entre trabalhadores bancários, o tema é particularmente sensível: estudos sindicais e pesquisas do Dieese mostram que a combinação de metas abusivas, pressão constante, sobrecarga e assédio moral tem sido um fator determinante para o adoecimento psíquico da categoria. Casos de burnout, ansiedade e depressão têm levado a afastamentos cada vez mais frequentes, sinal de que o problema exige respostas estruturais.

Fatores de risco e caminhos de proteção

A experiência do movimento sindical mostra que prevenir o adoecimento mental não depende apenas de campanhas, mas também de transformar o ambiente de trabalho e fortalecer redes de apoio. Entre as principais causas de sofrimento psíquico entre bancários, destacam-se:

  • Metas abusivas e inalcançáveis
  • Assédio moral e sexual, inclusive organizacional
  • Controle algorítmico e vigilância excessiva (monitoramento digital, ranking de produtividade)
  • Insegurança no emprego, reestruturações e demissões em massa
  • Sobrecarga de trabalho e jornadas prolongadas
  • Violência organizacional, como culpabilização da vítima, isolamento e competitividade forçada

Estar atento aos sinais de alerta pode salvar vidas: mudanças bruscas de humor, isolamento, queda de rendimento, queixas de cansaço extremo, insônia, dores sem causa física aparente ou comentários sobre “não aguentar mais” devem ser levados a sério.

A prevenção é uma tarefa coletiva. É preciso denunciar práticas de assédio e metas abusivas, procurar o Sindicato e exigir ambientes de trabalho saudáveis. Cada trabalhador também pode buscar apoio conversando com colegas de confiança, familiares ou com o sindicato, além de procurar atendimento médico ou psicológico o quanto antes.

Em situações de crise, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece escuta gratuita e sigilosa pelo telefone 188. Também é possível buscar ajuda nos serviços públicos de saúde mental, como CAPS e UBS.

A Clínica do Trabalho do Sindicato é um espaço de escuta e ajuda profissional, que atende os bancários e as bancárias com risco de adoecimento ocupacional ou já adoecidos, afastados ou não do trabalho. Se você estiver precisando de ajuda, acesse o link do Observatório de Saúde do Trabalhador: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdyGB_8nu0pwH8nwrP75bLmjKeq2xkYw7vcO-7wa5xFSMB52g/viewform?pli=1. Deve-se responder esse formulário e aguardar contato para o agendamento, que pode ser presencial ou online.

Compromisso contínuo

Para o movimento sindical, a prevenção passa pela transformação das condições de trabalho. É preciso combater o assédio, rever metas inalcançáveis, fortalecer canais de acolhimento e garantir políticas institucionais que promovam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. A saúde mental deve ser tratada como parte essencial das condições dignas de trabalho, não apenas como uma campanha sazonal.

O Sindicato reafirma seu compromisso em atuar em defesa da vida e do bem-estar de todos os trabalhadores. A entidade acompanha iniciativas que ampliem a rede de apoio, participa de campanhas educativas, pressiona empregadores e órgãos públicos para adotar medidas efetivas e defende que o tema seja pauta permanente nas mesas de negociação. O objetivo é criar ambientes seguros, onde as pessoas se sintam respeitadas, valorizadas e livres para buscar ajuda quando necessário.

Setembro Amarelo, agora política de Estado, deve ser entendido como um chamado à responsabilidade coletiva. Proteger a vida significa garantir respeito, solidariedade e condições dignas para quem, todos os dias, constrói o atendimento bancário e os serviços públicos que a população merece. Mais do que um mês no calendário, é um compromisso contínuo com a saúde mental e com a dignidade de cada trabalhador.

Victor Queiroz
Colaboração para o Sindicato

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