Um levantamento especial do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que analisou os reajustes salariais dos bancários no período de 1995 a 2025, revela que as negociações coletivas garantiram avanços significativos para a categoria, embora ainda haja desafios para preservar ganhos reais e ampliar direitos.

Segundo o estudo, os reajustes negociados ao longo de trinta anos acompanharam, em média, o comportamento da inflação medida pelo INPC, com destaque para períodos em que os trabalhadores obtiveram ganhos acima dos índices de preços. Os anos mais recentes, especialmente após 2022, marcaram resultados positivos, com acordos que superaram a inflação e consolidaram aumentos reais nos salários e benefícios.

A pesquisa aponta também que os pisos salariais tiveram valorização expressiva no período, refletindo o esforço sindical para assegurar uma remuneração mínima mais justa e compatível com a responsabilidade das funções bancárias. Benefícios como vales refeição e alimentação, auxílio-creche e participação nos lucros também avançaram, contribuindo para melhorar as condições de vida da categoria.

Apesar das conquistas, o estudo alerta que, em momentos de instabilidade econômica e políticas de austeridade, os reajustes tendem a perder fôlego, corroendo o poder de compra dos trabalhadores. Isso reforça a importância de manter a mobilização permanente e a unidade nas campanhas salariais para assegurar que os ganhos não sejam revertidos e que novos direitos possam ser conquistados.

O Sindicato destaca que a valorização dos salários e benefícios está diretamente ligada ao fortalecimento dos bancos públicos e privados enquanto empregadores comprometidos com a sociedade. Reajustes que superem a inflação, associados a melhores condições de trabalho, são essenciais para garantir qualidade de atendimento, saúde ocupacional e um setor bancário mais justo para quem produz sua riqueza.

Victor Queiroz
Colaboração para o Sindicato