Encontro abordou ações do Sindicato dos Bancários na defesa da saúde física e mental da categoria, com destaque para canais de denúncia e apoio jurídico e psicológico
A Plenária de Saúde promovida pelo Sindicato na terça-feira (8), como preparação para os congressos distritais, reuniu representantes da categoria para debater as principais ações de proteção à saúde física e mental dos trabalhadores. A iniciativa foi organizada pela Secretaria de Saúde do Sindicato e teve como foco o acolhimento, a prevenção e o enfrentamento das situações que mais afetam o bem-estar dos bancários.
A Secretaria de Saúde destacou os serviços permanentes oferecidos à categoria, como a assessoria jurídica voltada para temas de previdência e saúde, e a Clínica do Trabalho, que conta com atendimento psicológico inicial. Funcionando como uma pesquisa-ação, a clínica não só auxilia bancários e bancárias em processo de adoecimento relacionado ao trabalho, mas também levanta dados sobre a organização do trabalho adoecedora, que são levados para discussão nas mesas de negociação.
Durante a plenária, Mauro Salles, secretário de Saúde da Contraf-CUT, reforçou que os bancos costumam tratar apenas os sintomas dos adoecimentos mentais, sem atacar suas causas. “Nosso papel é acolher os colegas adoecidos, combater metas abusivas, o assédio moral e sexual, garantir o respeito à jornada e evitar a desconexão, com mensagens fora do horário de trabalho e cobranças constantes”, ressaltou.
Zezé Furtado, secretária de Mulheres do Sindicato, também falou sobre os avanços no combate à violência institucional e sobre o alto número de afastamentos na categoria relacionados à saúde mental, o que demonstra a urgência das ações. Ela destacou o papel do Canal Viva sem Violência, vinculado à rede nacional do Canal Basta, que funciona 24 horas por dia e oferece atendimento gratuito a vítimas de violência doméstica. O Sindicato foi o primeiro do país a implementar essa iniciativa.
Além disso, o Sindicato mantém um canal específico de combate ao assédio moral e sexual no ambiente de trabalho, que já recebeu mais de 100 denúncias desde seu lançamento, em novembro de 2024. O canal está disponível no site da entidade e permite o envio de relatos de forma identificada ou anônima, com total respeito à privacidade da vítima, que pode, inclusive, sugerir a melhor forma de resolução do caso.
A bancária Phamela Godoy, advogada que assessora o Sindicato na construção dos canais de combate à violência contra a mulher, assédios e outros tipos de violência, reforçou que o assédio é um dos principais fatores de adoecimento na categoria, sendo, em alguns casos, utilizado como método de gestão pelos bancos. O tema passou a integrar as convenções coletivas apenas em 2010, mesmo já sendo debatido desde o início dos anos 2000. No entanto, foi somente após a repercussão de um caso de assédio em série, em 2022, que avanços significativos foram registrados nas negociações com os bancos, culminando, em 2024, na criação de um programa específico para prevenção e combate ao assédio.
“É importante que os bancários e bancárias tenham conhecimento dos serviços que o Sindicato oferece, bem como compreendam as cláusulas de saúde para exigir seu cumprimento e lutar por avanços. Essa plenária tratou disso muito bem, por isso é sempre importante a participação da categoria em eventos como esse”, destacou Vanessa Sobreira, secretária de Saúde do Sindicato.
Próximos passos
Como parte das ações contínuas, a partir de 11 de agosto, o Sindicato lançará uma grande campanha de enfrentamento ao assédio, com a divulgação de uma cartilha de prevenção. O material trará orientações práticas e apresentará as cláusulas da convenção coletiva que protegem os trabalhadores em situações de assédio e discriminação.
A plenária reforçou o papel do Sindicato como espaço de acolhimento, escuta e luta por condições de trabalho dignas e saudáveis. A mensagem principal do encontro foi clara: é preciso cobrar o cumprimento das cláusulas das convenções, enfrentar as causas dos adoecimentos e garantir que os bancários e bancárias tenham apoio para seguir firmes na luta por um ambiente de trabalho mais humanizado e justo.
Stéffany Santos
Colaboração para o Sindicato
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