O boletim Indicadores de Conjuntura de setembro, elaborado pelo Dieese, mostra que a inflação apresentou leve retração nos últimos meses, mas a renda e o nível de emprego seguem sendo grandes desafios para os trabalhadores.
Segundo o estudo, o INPC de agosto ficou em -0,21% e acumula 5,05% em 12 meses, enquanto o IPCA registrou -0,11% no mês, com 5,13% no acumulado anual. Já o IGP-M avançou 0,36% em agosto, somando 3,03% no ano. A desaceleração dos preços ajuda o orçamento das famílias, mas ainda não compensa completamente as perdas enfrentadas em períodos recentes de alta inflacionária.
Em Brasília, o custo da cesta básica calculada pelo Dieese foi de R$ 739,10 em agosto. De acordo com a instituição, o salário mínimo necessário para atender as necessidades básicas de uma família deveria ser de R$ 7.147,91, quase cinco vezes o valor atual do mínimo nacional, fixado em R$ 1.518.
O levantamento também indica que o rendimento médio real no Distrito Federal foi de R$ 5.919 no segundo trimestre, contra R$ 3.477 na média nacional. Apesar de maior renda média, a taxa de desemprego no DF permanece elevada, chegando a 8,7%, enquanto a taxa brasileira está em 5,8%.
No cenário macroeconômico, o PIB caiu 3,2% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2024. Já o setor de serviços no DF cresceu 7% em 12 meses, superando o desempenho nacional. A taxa Selic foi mantida em 15% ao ano, e o dólar estava cotado a R$ 5,32 em 15 de setembro.
Para o movimento sindical, os dados reforçam que, apesar da trégua nos preços, ainda é urgente implementar políticas que estimulem a criação de empregos, valorizem salários e impulsionem o investimento público. A redução sustentável da taxa de juros e a distribuição justa dos ganhos de produtividade são fundamentais para melhorar a renda e a qualidade de vida dos trabalhadores.
Victor Queiroz
Colaboração para o Sindicato
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