
Nesta quarta-feira (4), a Polícia Federal (PF) multou 20 bancos em R$ 8,717 milhões por falhas na segurança de agências e postos de atendimento bancário. Esse número é resultado do julgamento de 822 processos, realizado durante a 104ª reunião da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), em Brasília.
 
 O Itaú foi o banco mais punido, com multas de R$ 2,474 milhões, seguido do Bradesco com R$ 1,939 milhão, do Santander com R$ 1,568 milhão, do Banco do Brasil com R$ 1,389 milhão e da Caixa Econômica Federal com R$ 564 mil. Entre as principais infrações estão: equipamentos inoperantes, ausência de plano de segurança aprovado pela Polícia Federal, insuficiência no número de vigilantes e transporte de valores feito por motoboy. Só essa irregularidade gerou 88 processos.
 
 Também foram julgados processos contra empresas de segurança, transportes de valores e cursos de formação de vigilantes, com aplicação de multas, advertências e cassação de alvarás.
 
 A reunião foi presidida pela delegada Silvana Helena Vieira Borges, titular da Coordenação-Geral de Controle de Segurança Privada (CGCSP).
 
 Confira, abaixo, o montante de multas por banco:
 
 ITAÚ - R$ 2.474.912,51
 BRADESCO - R$ 1.939.199,88
 SANTANDER - R$ 1.568.615,35
 BANCO DO BRASIL - R$ 1.389.114,45
 CAIXA - R$ 564.368,85
 HSBC - R$ 218.865,15
 BANRISUL - R$ 168.139,51
 BMB - R$ 83.004,06
 CITIBANK - R$ 49.659,42
 JBS - R$ 46.113,84
 BRB - R$ 42.568,26
 CRUZEIRO DO SUL - R$ 31.924,06
 BIC - R$ 21.284,13
 SAFRA - R$ 21.284,13
 ALFA - R$ 21.282,00
 BANESTES - R$ 21.282,00
 BANIF - R$ 21.282,00
 BANCO VR - R$ 14.187,65
 ASTECA - R$ 10.642,06
 BNB - R$ 10.001,00
 
 TOTAL - R$ 8.717.730,29
 
 Sindicato denuncia irregularidades em agências do DF
 
 Na ocasião, o diretor do Sindicato Raimundo Dantas entregou à comissão uma série de imagens que registram as infrações nas agências bancárias, enfatizando a necessidade de os bancos cumprirem a legislação para que, efetivamente, diminuam as ocorrências criminosas relacionadas às agências e aos postos de atendimento bancário.
 
 “Diante do expressivo número de processo, podemos constatar que os estabelecimentos bancários não estão prezando pela segurança da vida das pessoas. É necessário, então, que se penalizem com severidade as empresas que descumprem a legislação e não seguem o plano de segurança determinado pela Polícia Federal”, enfatizou Raimundo.
 
 Pesquisa
 
 Durante a reunião, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) entregou a pesquisa que revela o número de crimes relativos a bancos no país de 2014. O documento, publicado em fevereiro deste ano com o apoio técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), se baseou em notícias divulgadas pela imprensa.
 
 Antes de iniciar o julgamento dos processos, os trabalhadores em transportes de valores fizeram uma homenagem aos profissionais vítimas da criminalidade no setor e protestaram contra as explosões e a insegurança no transporte de valores, cobrando providências das autoridades e dos empresários. “Exigimos medidas eficazes de preservação da vida dos trabalhadores em transporte de valores e o combate à violência”, registra a publicação distribuída Federação dos Trabalhadores em Transporte de Valores (Fintrave).
 
 O julgamento dos processos, abertos pelas delegacias estaduais da PF (Delesp) e comissões de vistoria, tem como base a Lei 7.102/83 e as normas da PF, que tratam da segurança nos estabelecimentos financeiros.
 
 A CCASP é um fórum consultivo e conta com a participação de representantes dos bancários, por meio da Contraf-CUT, dos vigilantes, das entidades patronais e do governo. A próxima reunião está marcada para o dia 27 de maio.
 
 Rosane Alves
 Do Seeb Brasília, com informações da Contraf-CUT
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