Inflação sob controle, consumo em alta e taxa de desemprego ainda elevada marcam o cenário econômico do Distrito Federal em julho, segundo levantamento
A subseção do Dieese do Sindicato divulgou os principais dados econômicos de julho de 2025. O cenário mostra inflação controlada, crescimento das atividades econômicas no Distrito Federal e desafios ainda persistentes no mercado de trabalho local.
Em relação à inflação, os índices mostraram estabilidade em junho. O INPC registrou alta de 0,23% no mês e acumula 5,18% em 12 meses. O IPCA teve variação de 0,24%, com acumulado de 5,35%. Já o IGP-M apresentou queda de 1,67% no mês, mas ainda acumula 4,39% no período.
Na análise de consumo das famílias, foi observado que o custo da cesta básica em Brasília alcançou R$ 773,35 em junho. Com base nesse valor, o Dieese calcula que o salário mínimo necessário para cobrir as despesas essenciais de uma família brasileira deveria ser de R$ 7.416,07.
Já os dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) revelam que o rendimento médio do trabalhador no Distrito Federal, no primeiro trimestre de 2025, foi de R$ 5.381, acima da média nacional, de R$ 3.318. Apesar disso, a taxa de desocupação no DF foi de 9,1%, superior à média do país, que ficou em 7,0%.
Segundo a economista Paula Reisdorf, "os dados mais recentes mostram sinais positivos na economia: o PIB do primeiro trimestre cresceu 3,5% em doze meses, e setores como indústria, serviços e comércio vêm em ritmo de recuperação. No Distrito Federal, o volume de serviços e do comércio avançou bem acima da média nacional, o que é um bom indicativo para o emprego e a renda na região. Apesar disso, o salário mínimo necessário do Diesse (R$ 7.416,07 em junho) ainda é quase cinco vezes maior que o oficial, evidenciando a necessidade de políticas de valorização do trabalho".
Atividades econômicas em alta no DF
A atividade econômica na capital federal segue em expansão. O volume de comércio cresceu 6,4% em maio, com alta acumulada de 4,9% em 12 meses. O setor de serviços também avançou 4,9% no mês e 6,9% no acumulado, superando o desempenho nacional em ambos os indicadores.
Outros destaques incluem o crescimento de 3,5% do PIB brasileiro no primeiro trimestre, a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano desde junho, e a cotação do dólar a R$ 5,53 no final de julho.
Em contraste com os demais dados, a estimativa da safra agropecuária nacional de 2025 apresenta retração de 13,9% em relação a 2024.
Os números reforçam a importância de políticas que combatam a desigualdade no acesso ao trabalho e que ampliem o poder de compra da população, especialmente diante do descompasso entre o salário mínimo oficial e o custo real de vida.
Stéffany Santos
Colaboração para o Sindicato
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