Com um grande ato em frente aos prédios do Banco do Brasil e do BRB da 201 Norte, o Sindicato lançou nesta segunda-feira (11) a campanha de divulgação do Canal de Denúncias da entidade, com a distribuição da cartilha “Será que foi assédio?”, material educativo e de acolhimento direcionado a bancárias, bancários, demais trabalhadores do ramo financeiro e população em geral.
A publicação apresenta exemplos evidentes de condutas abusivas e discriminatórias, como humilhações disfarçadas de cobrança, toques sem consentimento, comentários vexatórios sobre corpo ou roupa, LGBTfobia, racismo, misoginia e capacitismo, entre outras práticas inaceitáveis. O objetivo é orientar como reconhecer essas violências, o que fazer ao vivenciá-las ou testemunhá-las e como acionar o Canal para denunciar.
O Canal de Denúncias é exclusivo do Sindicato e garante sigilo absoluto e acolhimento humanizado. O registro pode ser feito de forma identificada ou anônima. Após o recebimento, a equipe especializada entra em contato com a vítima para definir o melhor encaminhamento, que pode incluir: atuação direta junto ao empregador, ações educativas no local de trabalho, acompanhamento jurídico ou até o ingresso de ações na Justiça, nos âmbitos trabalhista, cível ou criminal.
Durante o lançamento da campanha, o diretor Cristiano Severo foi enfático: “O Sindicato quer, com essa iniciativa, derrubar o império do medo dentro dos bancos, tirar essa cultura do assédio como ferramenta de trabalho para atingimento de meta. O objetivo é tornar o ambiente de trabalho mais saudável”.
Para Ivan Amarante, diretor do Sindicato, o canal é apenas o começo para tornar realidade o que já está previsto na convenção coletiva assinada no ano passado. Já Rafael Saldanha, diretor da Fetec-CUT/CN, destacou que o reconhecimento formal do problema pelos bancos foi decisivo: “Situações de assédio e discriminação acontecem há muito tempo, mas só com a convenção coletiva do ano passado foi possível desenvolver esse trabalho de acolhimento e denúncia”.
A secretária de Mulheres do Sindicato, Zezé Furtado, responsável pela elaboração da cartilha, reforçou que a ferramenta deve ser utilizada por todos os trabalhadores do setor financeiro: “O objetivo é transformar o canal em um instrumento de proteção coletiva”.
Bancários no topo da lista de afastamentos por saúde mental
O lançamento da campanha também chamou atenção para um dado alarmante: a categoria bancária está no topo dos afastamentos por doenças emocionais e psíquicas no Brasil. Segundo o diretor Wadson, a pressão constante e o estresse diário estão entre as principais causas do adoecimento.
Levantamento do Dieese mostra que, em 2024, mesmo representando apenas 0,8% do emprego formal no país, os bancários responderam por 2,81% dos afastamentos acidentários e 1,12% dos afastamentos previdenciários. No recorte por saúde mental, os bancos múltiplos com carteira comercial ocuparam a 1ª posição entre os afastamentos acidentários por essa causa, com 1.946 casos, e a 5ª posição entre os previdenciários, com 8.345 ocorrências.
A campanha segue ao longo da semana. Na terça-feira (12), as ações chegaram aos bancos do Setor Bancário Sul, em ato na Praça do Cebolão. Já nesta quarta-feira (13), a mobilização ocorreu em frente ao Matriz I e ao Matriz II da Caixa.
Da Redação
Copyright © 2025 Bancários-DF. Todos os direitos reservados
Feito por Avalue Sistemas